5:16Richa decreta luto oficial pela morte de Rischbieter

O governador Beto Richa lamentou a morte do ex-ministro Karlos Heinz Rischbieter e decretou luto oficial no estado por três dias. “Rischbieter foi um dos homens públicos mais importantes na recente história do Paraná. Deixa um legado imensurável pela sua clareza intelectual e contribuiu de forma marcante em várias áreas de atuação. Uma perda irreparável ao Paraná e ao Brasil”, disse Richa.

 

Rischbieter, engenheiro ex-ministro da Fazenda e ex-presidente da Caixa Econômica Federal, morreu na tarde desta quinta-feira (17), às 16h25. Ele sofria de enfisema pulmonar e estava internado na UTI do Hospital Santa Cruz. Rischbieter tinha 85 anos e deixa mulher, dois filhos e netos. Seu corpo será cremado. O velório acontece a partir das 8 horas desta sexta-feira (18) na Capela Vaticano, que fica próximo ao Cemitério Municipal do São Francisco, no bairro São Francisco.

 

Nascido em Blumenau, em Santa Catarina, em 1927, Rischbieter veio a Curitiba aos 18 anos para cursar engenharia na Universidade Federal do Paraná. Ele foi ministro da Fazenda entre 1979 e 1980, no governo João Figueiredo. Antes, foi presidente da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e do extinto Banco do Desenvolvimento do Paraná (Badep).

 

Durante sua permanência na Fazenda, Rischbieter instituiu o ato que suprime a incidência do Imposto de Renda na fonte sobre o 13º salário e a obrigatoriedade do recolhimento antecipado pelas pessoas físicas do imposto de renda – o que teria dado a ideia do “Carnê Leão”.

 

Amante das artes, Rischbieter também escrevia e desenhava, e foi o principal tradutor brasileiro da obra de Rainer Maria Rilke. Ele é autor do livro “Outonal – Um Amor de Viagem pela Europa”, lançado em 2011, e de Grafismos, uma coleção de suas aquarelas. Em 2010, lançou sua autobiografia, intitulada “Fragmentos de Memória”.

 

 

Compartilhe

Uma ideia sobre “Richa decreta luto oficial pela morte de Rischbieter

  1. Raul Urban

    Segundo semestre de 1976 – O arquiteto Lubomir Ficinski preside o Ippuc, onde, desde maio daquele ano, trabalho na assessoria de Imprensa, no tempo em que o já falecido amigo João Silveira Filho era o então Diretor de Relações Públicas da Prefeitura, a quem eu era subordinado. Ainda relativamente noviço, porque formado em 1970, em Jornalismo,pela Universidadde Católcia do Paraná (turma de Aroldo Murá, Manoel Carlos Karam,Raimundo Caruso e tantos bons outros),mas desde 1968 na ativa, Foi no Ippuc que aprendi, durante os dez anos de permanência, meu tempo de experiência em planejamento urbano. Mas por quê escrevo isso? Porque foi ali, no Ippuc, quenesse período estavam as expressões de um tempoheróico: afora opróprioLubomir, Maria Francisca Rischbieter – a Fanchette -, esposa do agora falecido ex-ministro Karlos Rischbieter; Dulcia Auríquio; Albero Paranhos – curiosamente, todos frutos de um tempo em que o aprender básico das coisas da cidade se fez na francesa Paris, ainda nos anos 1960 / 1970 – nomes esses (os citados), “agraciados” com a bênção de Madame Garfunkel, mãe de Fanchette, e então toda-poderosa dirigente de outra instituição-símbolo: a Aliança Francesa, em Curitiba. Jaime Lerner tamb ém fezx parte dessa turma,entre outros.
    Pois bem: o relato, após esse breve reterospecto, se prende a um pequeno fto, mas notório, na ocasião: então partícipe de mais uma das tanas reuniões técnicas, na sala redonda, anbexa à da presidência, na rua Bom Jesus, 669, falávamos dos novos projetos, de obras em andamento, da agenda de visitas fazer cidade afor\, na gestão do prefeito Saul Raiz. Sobre a mesa, mapas, planas, notações. Em torno da emsa, o vozerio, a troca dedados. Chovia copiosamente naquela manhã primaveril.
    Fanchette, ópculso de leitura pendurados sob osolhos, faz um comentário, quase na hora do almoço:
    “O Karlos bem que poderia me buscar, porque a chuva está apertando”. Não havia então telefone celular. Sequer sabíamos deonde estava Karlos Rischbieter, num tempo em que, ministro, frequentava corriqueiramente a ponte aérea Curitiba-Brasília a bordo dos entõ aviões da Varig, Vasp ou Transbrasil.
    Conheci o então ministro anos antes, penso que por volta de 1969, quando repórter do já finado “O Estado do Paraná”, quando fui incumbido de ouví-lo sobfre como fora sua ação, no raiar dos anos 1960, então como presidente da Companhia de Desenvoimento do Paraná (Codepar, depois Badep), ao então receber aquele punhado de alunos de Arquitetura, da Univesidde Federl do Paraná, interessados em mudar a cara da cidade – uma verdadeira revolução urbana durante a gestão do prefeio Ivo Arzua Pereira, o que depois resultou no que conhecemos: o seminário “Curitiba de Amanhã”, depois o Plano Diretor e, por fim,a “virada” dos anos 1970 – mas fiquemos por aqui.
    De volta à reunião no dia chuvoso, no Ippuc: cerca de meia hora após o comentário de Fanchette, batem à porta da sala: altivo, terno bem cortado, Karlos Rischbieter,voz grave, nos dá bom dia. “Como a chuva não para, achei por bem te buscar”, diz, olhos postos na esposa. Primeiro, o espanto de todos. Teria “ouvido” o pedido à distância? Depois, palmas gerais, para surpresa, desta vez, do próprio Rischbieter, até receber a explicação daquele gesto de todos nós.
    Reencontro o ex-ministro anos depois, já, se não há engano, nos anos primevos de 1990, quando, após plebiscito, o nome do bairro Capanema – originalmente homenagem, ainda no fim do século XIX, ao engenheiro Guilherme Schüch, o barão de Capanema, amigo pessoal do imperador Dom Pedro II, e que disseminou o Telegrapho Nacional, a pedido do monarca – muda para Jardim Botânico. Schüch era então proprietário de gleba, opnde, em 1885, recebeu Sua Alteza Real e comitiva, por ocasião da inauguração da linha férrea ligando Curitiba a Paranaguá, um feito dos irmãos-engenheiros Rebouças. Lembremos que anos antes, Raiz inaugurara o Jardi Botânico, onde existia antes um degradado espaço em forma de favela. O novo espaço, com o falecimento de Fanchette, rececebeu então o nome oficial de Jardim Botânico Maria Francisca Rischbieter. Quando do descerramento da placaque homenageia a engenheira que tantos serviços prestou à cidade, lá estava eu, e outra vez, altivo, masolhosoperdidos postos no horizonte com a perda da companheira, lá estava Karlos Rischbieter. Com o despareciento, nesta quinta-feira (17), do ex-ministro, minguam os anigos nomes que são umlegado urbano e um pedço da história de uma Curitiba construída com vagar e vigor. Dulcia Auríquio, os irmãos Gndolfi, Forte Netto, mesmo o hoje ausente -porque em outras missões – Alberto Paranhos, Lubomir Ficinski, Saul Raiz, Carlos Eduardo Ceneviva, Osvaldo Navarro (desculpem se omiti alguém, mas a memória insiste em falhar às vezes) – são remanescentes. Também já se foram César Rodacki, o sempre querido e lembrado amigo e engenheiro Dario Lopes dos Santos, Rafael Dely e outros.
    Mônica Rischbieter, enquanto herdeira de um patrimônio como construído pelos teus pais; como herdeira de um espólio que a todos nos honra, ganha essas palavras como testemunho de quem, no andar desses anos, soube aprender com todos esses mestres, tendo à frente teu pai. Pode não ter sido o único,mas foi, sim, a personagem que soube acreditar numa geração de urbanistas, apadrinhando-os no momento certo. Um forte abraço, um respeitoso preito. Raul Guilherme Urban – jornalista.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.