9:20O homem, a obra e a doença

Quem leu a biografia de Garrincha, de Ruy Castro, sabe que ele bebia desde criancinha, mesmo sem querer. Um dos gênios do futebol mundial morreu por causa do alcoolismo, assim como o Doutor Sócrates. A arte deles ficou para sempre, assim como a de centenas de artistas, escritores, etc. Omitir isso de biografias é como tentar apagar uma parte fundamental para se compreender a alma dos retratados. O vício, seja ele qualquer, é sintoma da doença principal, que é emocional. A tentativa de se anestesiar a dor, sentida em toda dimensão pelos mais sensíveis, mais inteligentes, leva ao suicídio lento e degradante. Estes seres especiais vão embora antes do tempo e, no atrapalho em que se transforma a vida, no final não conseguem mais nos presentear com o dom que Deus lhes deu, ou seja, o de exercer a arte. Perdemos todos, enfim, por isso reverenciamos o legado que nos deixaram.

Compartilhe

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.