7:29Manifestações

No tempo em que os jovens faziam oposição à ditadura militar, havia passeatas de milhares de revoltados contra o regime truculento e os únicos que depredavam alguma coisa eram os integrantes das forças policiais que baixavam o cacete sem dó. Depois, os mais radicais partiram para a guerrilha urbana e rural, para defender o sonho de um regime que achavam ser o melhor para o país. Não era, assim como a tática praticamente suicida. Mas aí é outra história. As ideias da época não morreram. Se transformaram. O partido que está no poder frutificou a partir de manifestações do operariado no ABC paulista. O líder governou o Brasil por oito anos, fez a sucessora e é reverenciado em todo o mundo. Não se tem notícia de invasões e depredações das multidões que formavam aquele movimento sindical. O país penou mais de duas décadas para voltar a respirar democracia. Aos trancos e barrancos estamos aperfeiçoando-a. O debate de ideias é livre. Hoje há instrumentos para que isso se alastre instantaneamente e todos nós podemos nos manifestar, defender nossos pontos de vista – e temos a liberdade de escolher quem vai nos representar nos poderes Executivo e Legislativo, uma dádiva só quem passou anos sem isso pode dimensionar e agradecer. Invadir, quebrar, queimar, pichar, é coisa de quem não tem o que dizer e nem sabe que este tipo de manifestação é prato cheio para os gorilas que estão escondidos e torcendo para que o circo pegue fogo a fim e intervir. Anarquismo por anarquismo é coisa de filhinho revoltado com os pais, mas que não abre mão da mesada e da segurança do lar. Outro dia um sábio escreveu que prefere os anarquistas conservadores, porque estes são os que realmente fazem acontecer. Não precisam invadir Legislativos para mostrar o grau de inteligência que têm.

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Uma ideia sobre “Manifestações

  1. jose

    ZB, são os desocupados que ocupam e só querem uma coisa: aparecer.

    Para isto, se necessário recorrem ao maior exemplo de burrice que um ser humano pode dar: a destruição, a violência.

    Reunindo tudo acima, está o vazio de idéias e o puro desconhecimento da história e os horrores causados por aqueles imbecis que acham que a violência é o caminho.

    E o que eles acham ser uma “vitória” é na verdade a derrota fragorosa do bem maior que conquistamos a duras penas, a liberdade.

    Se eles conhecessem pelo menos Gandhi, saberiam que existem formas bem mais inteligentes de conseguir vitórias

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