por Gilberto Fontoura

 

Perdi um amigo. Curitiba, um grande artista. Paulo Chaves partiu sábado à noite. Bacharel em Direito, músico, cantor, arranjador, radialista e “jinglista” dos melhores do Brasil, Paulo iniciou-se artisticamente lá pelos anos 60, integrando diversos conjuntos que se formavam na época. Foi baixista e cantor do Aquarius Band, crooner e show man do Sam Jazz Quintet (e viveu com o grupo um longo período de sucesso no Santa Mônica Clube de Campo). Fez programas na televisão e na carreira solo; teve tantos sucessos que uma das suas gravações foi tema de abertura de uma novela do SBT. Certa ocasião, ao vê-lo fazer imitações com o Sam Jazz (numa domingueira no SM), convideio para fazer um programa de rádio na Independência AM. E aí ele completou o ciclo de todas as áreas de comunicação. Parceiro, fez letras e músicas, apresentou e produziu programas de rádio na Independência, FM Brasil 104 (hoje Jovem Pan), Caiobá FM, Antena 1, Transamérica. Jogou em todas. Com talento e diversidade. Um dia disse: “cansei dos bailes da vida….” (sempre estava em alguma cidade …. depois de quilômetros e quilômetros rodados). Discos embaixo do braço foi à São Paulo, esteve no Paraná inteiro, caitituava cada música. Produtor e jinglista, atuou no Sur Laboratório e, depois, esteve comigo no Elevasom, que montamos no Juvevê. E até bem pouco foi diretor das Rádios Educativa AM e FM (aliás, o melhor… o melhor mesmo… de todos que passaram por lá). Mas as mudanças políticas fazem rodar… até mesmo quem é craque e não esconde a cor da sua camisa). Ah… Paulo era também um atleticano apaixonado. O coração de Paulo Chaves viveu todas as canções da vida, até parar no sábado 21 de setembro. Deixou uma galera enorme de fãs e amigos. Ficaram também as suas letras, suas emoções de um Piá bem curitibano, ali do Taboão….

 

Piá Curitibano

Eu conheço bem o jeito desta cidade – que é menina e usa blazer no verão – e que cuida do passado feito gente grande e no presente tem o futuro nas mãos me perdoe este jeito encabulado é que eu nasci pros lados do Taboão –

Curitiba é um passo à frente, leite quente com orgulho, geada e muito pinhão.E é tão bom ser um piá curitibano, soltar raia, bater bete, rodar pião – é levar no rosto um grande sorriso – prá quem chega ter aberto sempre o

coração – eu conheço bem o jeito desta cidade – que estuda e trabalha por tradição – por teus modos, teu progresso – apaixonado confesso:

CURITIBA MORA EM MEU CORAÇÃO.

 

Paulo César Chaves deixou a esposa Carmem e os filhos Marcia e Guto.