8:37Acorda, Coxa!

por Sergio Brandão

 

Esporte de alto rendimento é uma coisa, praticar esporte é outra e atividade física é outra mais diferente ainda..

Jogador de futebol ganha salários astronômicos, coisa muito acima da média nacional, justamente para poder cuidar da vida porque a aposentadoria é precoce. Chamam isso de esporte de alto rendimento. Com pouco mais de 30 anos, muitos se aposentam. Geralmente os que não se cuidam. São os que não conseguem entender que noitadas, baladas e álcool não combinam com o ritmo do futebol moderno.

Outros sabem como lidar com o dinheiro e alguns conseguem sossego até o fim da vida.  Deste grupo, poucos nasceram para o mundo da bola, outros são menos talentosos  e apenas quebram o galho, mas também servem.

As regras do tal de futebol são as mesma em todo o mundo. O modelo é o Europeu, considerado o maior, melhor, mais organizado e o mais rico do planeta.Qualquer jogador que tenha passado por lá, dificilmente se acostuma no retorno ao futebol brasileiro. A principal dificuldade está no calendário, que peca pelo excesso de jogos. Aqui, sempre foi assim e será por muito tempo. A CBF até já tentou, mas desistiu de organizar a bagunça. O problema é que isso tem trazido consequências aos jogadores e aos clubes. Contusões, estresse e fadiga andam tirando o sono de muitos treinadores, transformando os departamentos médicos, que mais se parecem com corredores de hospitais conveniados do SUS. É o caso do Coritiba, para pegar um exemplo regional.

O Coxa chegou a ter oito desfalques em uma só partida – e há muitas rodadas não repete o mesmo time. Mas parece que até aí não há novidade. É apenas mais um fato entre tantos que surgem durante um desgastante campeonato brasileiro, coisa que precisa ser dimensionada antes do início da temporada, o que poucos clubes fazem.

As seguidas péssimas apresentações do Coritiba já não podem mais ser creditadas ao calendário. Ninguém joga assim tão mal seguidas vezes. Em mais de 100 anos de história, o Coxa já deveria ter aprendido esta lição primária de organização de pré-temporada.

A birra do presidente em não ouvir a torcida, o departamento de futebol que parece esconder algo mais sério, as conversas de Ximenes e Marquinhos, que às vezes subestimam a inteligência de todos, e os sucessivos erros nas últimas contratações são motivos de sobra que irritam qualquer um.  Seja torcida ou imprensa.

A incoerência é tanta que bas primeiras rodadas o discurso da diretoria era de quem estava brigando pelo bicampeonato brasileiro. A vaca começou a ir para o brejo e, enquanto o time conseguiu se segurar na quarta posição, o discurso mudou, tentando acomodar as coisas com a classificação no G4. Com o projeto do bi brasileiro naufragando e com o G4 cada vez mais distante, parece que a história será a mesma de anos anteriores: o Coxa luta pra não cair!

Não é a torcida que paga sua mensalidade para assistir o time? Não é do sócio que o Coritiba consegue a sua maior receita?  Não foi da torcida que o presidente, Alex e Deivid cobraram mais assiduidade nos jogos do Couto? Com um time assim, não tem torcedor que aguente, presidente! Além do direito de cobrar, a torcida precisa de respostas mais convincentes.

Os resultados das primeiras 11 rodadas podem ser creditados a um ingrediente muito conhecido no futebol: a sorte. Na verdade, o Coxa jogou e convenceu em apenas duas partidas. Contra o Grêmio e Cruzeiro, mesmo tendo voltado com uma derrota de Minas. Contra o Grêmio, no Olímpico, chegou a merecer um placar até maior na vitória de um a zero.

De resto, teve sorte. A sorte que o abandonou a partir da derrota para o Vasco, no Couto Pereira. Mais precisamente, a luz amarela acendeu na Copa do Brasil, na inexplicável goleada que tomou do Nacional de Manaus. Mas naquela famigerada noite, todos apenas disseram que foi uma  noite infeliz.

Como avestruz, enfiaram a cabeça no buraco e assim continuam fazendo.

 

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Uma ideia sobre “Acorda, Coxa!

  1. antonio carlos

    Vou dar um conselho ao presidente do Coxa, mande o pessoal da manutenção pregar bem pregado o placar, talvez assim não aconteçam tantas viradas. E abandone esta ideia de ficar investindo na formação de técnico de futebol, e o tempo não para e a torcida não menos ainda perdoa tanto fracasso. Daqui a pouco até o tricolor paulista nos ultrapassa. E estava no caminho da Segundona. Depois que trouxe um técnico competente saiu do buraco. Por favor, não venha com técnicos do tipo do Dunga, Caio Junior ou Joel Santana, traga o Abelão, pague o preço. Não se esqueça que foi ele que nos tirou da fila lá nos anos 90.

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