Quem se utiliza do poder para roubar ou utilizar um centavo do dinheiro público para fins de bandalhice não tem ideologia. É bandido. Ou melhor, é pior que bandido, pois estes correm o risco de levar tiro na cara da polícia – e os outros são protegidos até pelo cipoal da Justiça que os advogados pagos a peso de ouro sabem muito bem destrinchar. Qual a diferença entre um bandalho da esquerda e um da direita, se é que é possível utilizar estes termos para casos como este que se discute hoje no Brasil? Qual a diferença entre um tucano safado e um petista velhaco? A diferença é a torcida, ou seja, a turma que bate o bumbo tanto para uns como para outros, na ignorância revelada no “riso inteligente” que comemora quando o outro lado se ferra, como se o país fosse um campo de futebol onde a disputa do poder, ou seja, de como tomar conta da grana alheia, no caso, os trilhões do Tesouro Nacional, não tivesse a ver com o próprio rabo. Neste vale-tudo a chamada grande imprensa descambou para a galhofa, com o coração pulsando do lado direito do peito e incentivada pelas patetices do time que está em campo e joga pela esquerda. Claro que o país melhorou depois que a rapadura foi entregue pelos militares. Os tucanos têm o mérito da estabilização econômica. Os petistas do grande avanço social. Mas não faltam bandalhices em ambos. Governos funcionam, de um jeito ou de outro, mesmo comandados por antas, jacarés ou bêbados. Porque é a ninguenzada que faz a máquina andar. O grande problema é que é ela que alimenta tudo – e aí surgem os bandidos travestidos de seres nascidos para a liderança, caras-de-pau que estão se lixando para a expectativa geral de uma vida menos sofrida e com perspectivas. Querem se manter no poder à qualquer custo. Se para isso for necessário vender a mãe, embrulham e ainda fazem um lacinho e escrevem um bilhete. E os idiotas de um lado e do outro aplaudem.
Finalmente alguém conseguiu sintetizar o que a maioria pensa. Querem ideologizar a questão, como se houvesse um código penal para quem diz que é de “esquerda” e quem diz que é de “direita”. Na realidade a direção que eles tomam depende de onde está o cofre.
Lendo este comentário, lembrei-me de um fato ocorrido há muito tempo, quando ainda era criança. Presenciei o desabafo de uma pessoa idosa, extremamente correta e religiosa, ao me dizer que se o Brasil não tivesse governo, o povo viveria melhor. Na época e, por muito tempo, não entendi aquela colocação. Hoje, já com 60 anos, me vejo na necessidade de dar razão àquele desabafo. O povo, que sustenta este País, com uma alta carga tributária, não vem sendo devidamente atendido. O que se vê, todo dia, na imprensa, é um nível cada vez mais alto de corrupção dentro das instituições, conchavos políticos e entendimento nem sempre éticos. O Brasil, hoje, é considerado um país rico. Mas, o seu povo continua sendo espoliado, porque não se privilegia mais a ética, a moral e os bons costumes. Hoje, ser correto e honesto, está sendo motivo de vergonha. Que o diga Gustavo Iopche, em seu artigo, na última revista Veja. Diante dos últimos acontecimentos, estou começando a ficar envergonhado de ser brasileiro !!!
Lúcido artigo, Zé Beto. Merece ser espalhado por aí. Parabéns.
Posso ter a honra de subscritar o belo texto? Parabéns, Grande ZB.
Em Pindorama, terra de Macunaíma, só é bandido ou ladrão quando o cara é nosso inimigo politico. Quando é parceiro, faz parte do bando, é perseguição politica, como nos casos dos mensaleiros e deste pedófilo de Realeza.