Amanhã, no Palácio do Planalto, em Brasília, acontece a assinatura do contrato que sacramenta o novo investimento da Audi no Paraná. O governador Beto Richa não estará presente por um motivo simples: não foi convidado. Ao lado dos executivos da montadora alemã estará, logicamente, a presidente Dilma Rousseff – e a ministra Gleisi Hoffmann, da Casa Civil. Ontem o jornal Gazeta do Povo deu manchete para o fato e, pela maneira como foi escrita a reportagem, Gleisi surge com a mãe da boa nova. Hummmmmm. A conversa entre o governo do Paraná e a montadora começou há mais ou menos três meses. No final da tarde do dia 21 de agosto, dois dias antes do encerramento do prazo do programa Inovarauto, que é federal, foi aberto um horário na agenda do governador do Paraná para que o protocolo de intenções para o projeto fosse assinado e a empresa se beneficiasse da isenção do IPI no caso da utilização de peças produzidas no Brasil, ou seja, se não se batesse o martelo aqui, não haveria como entrar no programa. Em Brasília as conversas do executivo Klaus Küne, da Audi, sempre foram feitas, logicamente, com o ministro Fernando Pimentel, titular da pasta do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Se alguém pensar que tais fatos têm a ver com a campanha para o governo do Estado no ano que vem, acertou. Na próxima quarta-feira haverá a festa local, ou seja, no Palácio Iguaçu, para o anúncio. Ao contrário do que vai acontecer em Brasília, dois modelos que serão fabricados em São José dos Pinhais estarão expostos. Dois, não um, como foi publicado ontem: o A3 e o Q3, que é um SUV. O montante do investimento também vai ser anunciado com uma diferença de quase R$ 100 milhões, pois será de R$ 504 milhões – e não de R$ 600 milhões. E o total a ser produzido será de 26 mil carros e não 7 mil. Isso é política!