20:11A ETERNIDADE

de Arthur Rimbaud

 

De novo me invade.
Quem? – A Eternidade.
É o mar que se vai
Como o sol que cai.

 

Alma sentinela,
Ensina-me o jogo
Da noite que gela
E do dia em fogo.
Das lides humanas,
Das palmas e vaias,
Já te desenganas
E no ar te espraias.

 

De outra nenhuma,
Brasas de cetim,
O Dever se esfuma
Sem dizer: enfim.

 

Lá não há esperança
E não há futuro.
Ciência e paciência,
Suplício seguro.

 

De novo me invade.
Quem? – A Eternidade.
É o mar que se vai
Com o sol que cai.

 

 

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