Do Goela de Ouro
Pelo andar da carruagem, cai mesmo o secretário de Segurança Cid Vasques. Tudo indica que amanhã (10) o Conselho do Ministério Público revogue a licença concedida anteriormente para que ele se afastasse da instituição e pudesse exercer o cargo no governo do Estado. Com a revogação, Cid terá que voltar a ser ou perderá o cargo, mesma situação enfrentada no governo Requião por Luiz Fernando Delazari que preferiu pedir demissão para continuar como Secretário de Segurança. O motivo para a revogação já é pública: a queda de braço e a negativa de Cid em permitir que policiais civis e militares permaneçam por prazo indeterminado prestando serviços ao Gaeco, chefiado por outro membro do M.P., Leomir Batisti, que age sempre com autonomia e sem comunicar as investigações do grupo para a Sesp, como se viu nas operações mais recentes sobre desmanches de veículos e corrupção. A proposta alternativa de Cid de estabelecer rodízio de policiais militares e civis no Gaeco não foi aceita por Leomir que deverá receber a solidariedade da maioria absoluta dos membros do Conselho e até mesmo da totalidade para continuar ele mesmo escolhendo os policiais para o Gaeco por tempo indeterminado. Cid Vasques esgrime bons argumentos em favor do rodízio de policiais que já determinou, como a necessidade de troca de conhecimentos e experiência entre os policiais e tem até o apoio de alguns sindicatos na proposta ,situação que em nada influencia a provável decisão do Conselho favorável à tese de Leomir como necessária à confiabilidade das investigações . Caso a decisão prevista seja tomada nesta terça e não haja nenhum adiamento, Cid ainda poderá recorrer ao Conselho Nacional e permanecer mais um pequeno período até o julgamento do recurso como Secretário. Mas a considerar o precedente de Delazari, já pode ir limpando as gavetas. Resta ver se o novo Secretário conseguirá estabelecer um ambiente mais favorável a atuação das polícias com mais motivação e entusiasmo, condições perdidas com as sequências de prisões desmoralizantes de policiais, vazamento de grampos telefônicos, quedas de comandos, ameaças de greves e até desfile de viaturas com faixa de luto como protesto. Dizem os tiras veteranos que polícia é como time de futebol: se não estiver bem com o técnico e a diretoria e o time entrosado, só anda em campo.