11:44Corte na mata

Denúncia publicada pela revista Bem Público e enviada por Paulo Ferraz:

 

 

Licenciamento ambiental do Paraná libera corte de mata nativa no litoral

 

Em Antonina, no litoral do Paraná, árvores nativas da Mata Atlântica, protegidas por lei federal (nº 11.428) e decreto estadual (2.722/1984), estão sendo derrubadas para dar lugar a um pátio de fertilizantes e caminhões. A denúncia foi levada ao Instituto Chico Mendes pelos moradores da Ponta do Félix, onde a Interbulk pretende se instalar.

Alan Morochinsk, do ICMBio, esteve no local e constatou que estão destruindo um espaço considerável de mata sem critérios. “Recebemos a denúncia da população local e verificamos que está sendo cortada mata de vegetação secundária em estágio avançado. Estamos avaliando a situação e encaminharemos o relatório para Ministério Público. O estranho é que o corte está autorizado pelo IAP”, destaca Alan.

O Porto de Antonina está dentro dos limites do Porto Organizado com uma área total de 68 mil metros quadrados próximo ao mar. A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) tem intenções em desenvolver nesta região atividades de metal-mecânica (estaleiros) e armazenagem de açúcar e fertilizantes. Segundo o levantamento realizado, o governo tem intenção de ampliar o terminal público Barão do Teffé e autorizar expansão do terminal privado Ponta do Félix. Ambas as áreas portuárias já foram apontadas pelo Plano de Zoneamento e Desenvolvimento do Porto Organizado (PDZPO), que foi aprovado ano passado pelo conselho gestor da APPA.

O plano de expansão portuária projeta que o Porto de Antonina poderá dobrar sua capacidade num período de 20 anos. Dentro de dez anos no máximo pretende-se aumentar a demanda da exportação de açúcar e fertilizantes, bem como a ampliação da capacidade de carga do porto para outros setores, como o metalúrgico e a exportação/importação de veículos.

http://www.bempublico.com.br/materias/materiaVer.php?materiaID=7285&editorialID=15

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3 ideias sobre “Corte na mata

  1. Bagrinho da "Deitada-a-beira-mar"

    Pobre! Antonina. Toda vez que aparace um empreendimento para criar renda e emprego na cidade já aparece uma das mais de duzentas ONGs ambientais que existem no enclave Morretes/Antonina/Guaraqueçaba “dedurando” sem causa pois esse terreno onde essa empresa esta se instalando é de “MATA NATIVA SECUNDÁRIA”, ou seja, a mata primária há ános atrás já foi derrubada. Essa cidade parece que tem um “caveira de burro” enterrada na praça central da cidade, ambientalistas chiitas revolucionários, esquecem o humano. Temos que viver em harmonia com a natureza, mas é mais fácil ser ambientalista revolucionário – pois a mata cresce sozinha – do que ser um ambientalista reformista – aquele que entende que o humano pode conviver em harmonia com a natureza – então é mais fácil vender a ideologia no primeiro caso, pois a natureza trabalha sozinha, no segundo caso o ambientalista precisa trabalhar, e isso eles não querem. Enquanto isso, sem renda e enprego, a cidade grassa na prostituição tanto adulta como infantil; assalto; roubos; assassinatos; traficantes; viciados…problemas sociais aos montes.

    Leiam….

    http://www.midiaindependente.org/pt/red/2006/09/360375.shtml

  2. João Alberto Fonseca - The Bare-throated Bellbird

    Território disputado: novo vídeo sobre economia verde versus economias das comunidades no sul do Brasil

    No estado do Paraná, Brasil, ainda sobrevive uma vasta área de Mata Atlântica, que cobria toda a costa do país há 500 anos e hoje em dia está seriamente ameaçada de extinção. Comunidades tradicionais caiçaras, quilombolas e indígenas guaranis habitam a área, e seus modos de vida estão intimamente ligados à Mata Atlântica.

    Há cinquenta anos, os fazendeiros começaram a se mudar para a área, limpando a floresta e assumindo o controle da terra para criar búfalos.

    Na década de 90, chegaram projetos que fazem parte da chamada Economia Verde: a Fundação Boticário, gerida pela grande empresa brasileira de cosméticos Grupo Boticário, comprou uma área de floresta para criar a “Reserva Natural Salto Morato”, que se estende por mais de 2.000 hectares.

    Então veio a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), juntamente com a The Nature Conservancy, uma grande ONG com sede nos Estados Unidos. A SPVS comprou mais de 18 mil hectares de floresta e os transformou em reservas naturais para fins de armazenamento de carbono. A entidade recebeu 18 milhões de dólares em financiamento de três corporações norte-americanas: Chevron, General Motors e American Electric Power. São empresas que poluem o ambiente e afirmam que, por meio do armazenamento de carbono na floresta, estão compensando a poluição que causam.

    Estes projetos tiveram um grande impacto sobre a vida das comunidades tradicionais, a maioria das quais não tem título de propriedade da terra que ocupa nem das florestas que usa. Hoje, elas já não têm liberdade de trabalhar a terra como antigamente, não podem mais plantar, não podem mais criar animais.

    Trinta ou quarenta anos atrás, a população de Guaraqueçaba era o dobro ou mais do que é atualmente, porque todos tinham trabalho, havia muitas famílias capazes de trabalhar livremente e se alimentar. Mas agora, quando tudo se tornou proibido, a maioria das pessoas foi para a cidade grande, para longe.

    Isto é o que a população local disse à equipe do WRM que foi, este ano, visitar as comunidades caiçaras, quilombolas e guaranis, para obter suas próprias respostas à pergunta: O que eles pensam sobre esse tipo de projeto de Economia Verde? O que acontece quando as comunidades organizam e recuperam o controle de sua terra? Foi o que aconteceu no caso da comunidade de Rio Pequeno que, com a ajuda do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ocupou uma área que um fazendeiro estava planejando vender à SPVS. As famílias se organizaram, estabeleceram um acampamento e começaram a construir um novo amanhã para os seus filhos.

    Seus depoimentos fazem parte de um documentário que mostra que povos como os caiçaras, os quilombolas e os guaranis têm sido os verdadeiros protetores da floresta. Como eles dizem: “Não foram os supostos ecologistas que preservaram. Não, fomos nós, nós cuidamos no passado e ainda cuidamos hoje. Nunca destruímos nada, nunca prejudicamos o meio ambiente. Pelo contrário, nós sempre vivemos aqui, e toda a beleza daqui foi preservada por nós, e não por ninguém de fora”.

    O vídeo “Território em disputa. A economia verde versus a economia das comunidades. Uma história dos povos da mata atlântica no sul do Brasil” pode ser visto em português em http://wrm.org.uy/Videos_Esp/Territorio_em_Disputa_intro.html

  3. Paulo

    Um povo bem educado não apaga sua história, não desfigura seus cenários e nem mutila seus recursos naturais. Antonina tem características únicas como a pesca artesanal, o processamento da carne de siri, matas preservadas, bens culturais e a riqueza de uma arquitetura a ser preservada. A poluição da baía, a destruição dos mangues, a derrubada das florestas e degradação das construções é um triste fim que os antoninenses ou capelistas não merecem. Buscar o desenvolvimento explorando suas características deve ser o melhor caminho para através da promoção de eventos culturais, gastronomia, turismo e produção artesanal gerar os empregos necessários.

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