11:14Meninas superpoderosas

Do analista dos Planaltos

 

A defesa de  Eduardo Gaievski, ex-assessor da ministra Gleisi Hoffmann na Casa Civil que é suspeito da prática de 23 estupros e teve ontem seu pedido de habeas corpus negado pelo Tribunal de Justiça do Paraná,  adotou uma linha bastante surpreendente.

Os advogados não negam que o seu cliente tenha mantido relações com menores de 12, 13 e 14 anos. Alegam que as vítimas eram prostitutas (embora uma delas declare que era virgem e fez sexo com o ex-prefeito de Realeza mediante violência). “As supostas vítimas ‘recebiam’ valores em troca de favores sexuais, ou seja, há muito já haviam iniciado a vida sexual, tanto que chegaram ao ponto de se prostituir”, afirmam os defensores.

Os advogados de Gaievski alegam ainda que as vítimas, algumas com 12 anos, teriam condições de resistir ao estupro, se quisessem, dada a sua “maturidade precoce”.

“[…] em relação a adolescentes (maiores de doze anos), é razoável admitir-se prova em sentido contrário ao estado de vulnerabilidade, de modo a afastar a imputação de crime sempre que se provar que, em razão de maturidade (precoce), o indivíduo de fato não sofreu absolutamente constrangimento ilegal algum, inclusive porque lhe era perfeitamente possível resistir, sem mais, ao ato”, afirmam.

O desembargador Luiz Carlos Gabardo, discordou dessas teses e manteve a prisão preventiva de Gaievski, alinhando entre os elementos que o convenceram da culpa do acusado, “depoimentos prestados por algumas das vítimas (J.E.S., A.P., F.C.P.S), pela corré F. S. V., pela testemunha D. B. P. e também pelas evidencias obtidas por meio de interceptação telefônica realizada com autorização judicial.”

O desembargador menciona ainda a evidente periculosidade de Gaievski para recusar o pedido de relaxamento da prisão: “Como se pode observar, há fortes indícios de que o acusado tem a personalidade completamente voltada à prática de crimes sexuais contra adolescentes, preferencialmente menores de 14 anos de idade, eis que contra a vítima A.P., manteve aproximadamente 15 relações sexuais quando ela ainda tinha idade inferior a 14 anos, tudo demonstrando que, caso solto, continuará na empreitada criminosa.”

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Uma ideia sobre “Meninas superpoderosas

  1. antonio carlos

    Inacreditável, até onde vai a criatividade dos adevogados como este. Só faltou o nobre defensor do pedófilo afirmar que as vulneráveis violentadas forçaram a violência sexual sofrida. Depois o povo não entende porque a Justiça neste País não existe, em parte é por causa de adevogados como este.

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