de Manoel de Barros
Em 1912,
Entrei para uma seita desativada cujos membros
um pouco dementados
Se ocupavam de ouvir a ressonância deles
mesmos nas palavras
(igual que os louquinhos quando ouvem paredes)
Comecei a saber menos sobre meus desencontros.
Uma porção de lodo forçou para baixo a minha
voz.
Aprendi que no escuro eu enxergo melhor.
Orvalho benzeu meu olho.
P.S.: Esse é um trecho da autobiografia religiosa que estou escrevendo para enfeitar a noite do meu bem.