9:03Doping no futebol

por Sérgio Brandão*

 

Até agora os atletas acusados de doping durante o Campeonato Carioca não foram punidos. A falta de providências do Tribunal d Justiça Desportiva carioca resultou em multa da FIFA à CBF. É que a constituição prevê prazo de até 60 dias para o trâmite de casos como estes.

O mais grave é o caso do jogador Michael, do Fluminense. Os exames feitos pelo laboratório LADETEC  acharam indícios do uso de cocaína na urina do jogador. O caso aconteceu em maio. Quase quatro meses depois, mesmo com Michael assumindo o uso da droga, a ação nem passou pela primeira instância do TJD do Rio.

Também Deco do Fluminense, e Carlos Alberto,do Vasco, são protagonistas de outros dois casos, ainda sem solução. Os dois são acusados por uso de substâncias encontradas em remédios para emagrecimento, considerados doping pela Justiça Desportiva. Tanto o caso de Deco, como o de Carlos Alberto, pelo menos já estão em processo de julgamento, mas de forma muito lenta, diz a FIFA.

O casamento entre FIFA e CBF parece mesmo existir só para a Copa do Mundo, onde também caberia multa por atraso e descumprimento de uma série de obrigações assumidas pela CBF, mas que ainda também não foram cumpridas.

São Paulo: qual é o nome da crise?

A crise vivida pelo São Paulo é digna de algumas considerações. O torcedor pode não entender como o clube mais vitorioso do Brasil pode chegar a uma situação assim, tão complicada a ponto de virar motivo de chacota entre todos os que acompanham o atual Campeonato Brasileiro de Futebol.

No meu entender, o nome da crise sãopaulina tem dois nomes: Juvenal Juvêncio, atual presidente do clube, e Rogério Ceni, que dispensa apresentação. O primeiro porque tomou para si o clube São Paulo. Juvêncio fez do tricolor clube de dono. Procurando culpados pelo atual momento, trocou todo o departamento de futebol.

O goleiro Rogério Ceni teve seu tempo de glória, mas está na hora de cuidar da sua vida de outra forma. O futebol já não serve mais para ele, pelo menos jogando profissionalmente. Não é porque desaprendeu ou não aguenta mais o ritmo de uma partida, mas porque seu temperamento forte, às vezes desagregador, anda criando rompimentos sérios no grupo de jogadores.


A forma como o São Paulo decidiu administrar o clube nos últimos anos é outro fator que determina a atual crise. Outro dia o jornalista Leão Serva lembrou que a fábrica de fazer dinheiro que abasteceu o futebol europeu durante anos, com Kaká, Oscar e Lucas recentemente, parece precisar de renovação na filosofia de administração, como tentam fazer alguns clubes na Europa e até aqui no Brasil. Casos de Barcelona, Bayern, Atlético Mineiro, Grêmio, Inter, Corinthians e, mais modestamente, até o Coritiba, para pegar um exemplo mais caseiro.

Com o time que tem, não acredito que no final do campeonato o São Paulo esteja entre os clubes que vão brigar para não cair. Deve ficar no pelotão intermediário. Quem sabe até pega uma Sulamericana.

Brasil em Moscou

Ainda faltando algumas modalidades para o fechamento do Mundial de Atletismo em Moscou, para um país que sedia a próxima Olimpíada, o Brasil fecha sua participação muito modestamente.

Tenho visto pela tv atletas finalistas em várias modalidades, comemorando um honroso oitavo lugar, ou simplesmente o fato de conseguir chegar a uma final do Mundial. Parece fim de ciclo e, espero, seja início de outro. Onde precisam surgir novos talentos, principalmente no atletismo, vedete dos Jogos Olímpicos e onde o Brasil sempre teve pelo menos um ou até dois representantes em algumas modalidades.

Por enquanto a gente ainda vive a máxima do cachorro vira lata, como diria o mestre Nelson Rodrigues. A grande diferença é que a frase coube nos anos 50, 60 até 70, para o futebol, quando éramos mesmo melhores. Hoje, comemorando oitavo lugar no atletismo, somos de fato vira- lata, mas ainda com orgulho e sonhando em ser melhor, espero.

 

*Publicado no Portal da Banda B

 

* Sergio Brandão jornalista há 30 anos, trabalhou em várias áreas da profissão, tendo se especializado em comunicação para televisão desde 1983. Hoje é jornalista frela.  Trocou a vida sedentária e seus quase 90 quilos em 2000, pelo esporte. Quase 13 anos depois, acumula em seu currículo dezenas provas de triathon, duathlon, 12 maratonas e inúmeras corridas de rua

 

 

 

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