Do jeito que veio:
“Distâncias”, novo CD do Terra Sonora, será lançado no Teatro Paiol
O Terra Sonora, grupo curitibano que é referência na execução de música étnica, ocupa o palco do Teatro Paiol, de 21 a 23 de junho, para lançar “Distâncias”. O título do disco é sugestivo e fala por si: o repertório elenca canções de épocas e lugares os mais variados do planeta.
São composições que atravessaram séculos até chegar aos nossos dias. Devidamente transcritas e executadas com instrumentos em sua maioria pouco conhecidos, propiciam ao público ouvir uma sonoridade de fascínio particular.
Este é o sexto CD do grupo que traz em sua discografia “Terra Sonora” (1997), “Continentes” (2001), “Terras” (2004), “Trevas” (2008), “Orvalho (2009).
O lançamento de 2009 foi produzido graças ao Prêmio Produção, do Projeto Pixinguinha 2008, conquistado pelo violeiro e compositor Rogério Gulin. Integrante do Terra Sonora desde sua criação, o músico convidou o grupo para executar – com ele – seus temas.
Tem-se agora, com “Distâncias”, um retorno às origens do Terra Sonora, como explica seu diretor musical e fundador Plínio Silva:
– Os três primeiros discos foram moldados de acordo com a minha ideia, que era trabalhar a música étnica de diferentes regiões e épocas, já o quarto disco teve um tom mais temático, em cima da música do período medieval. O quinto dedicou-se aos temas de Rogério Gullin, com arranjos do Terra Sonora. Não via a hora de fazer outro disco voltado às pesquisas. Aqui estão temas curiosos extraídos de regiões dos quatro continentes. A temática deste CD é bem étnica.
Plínio confessa que estava “com muita saudade” em realizar um mergulho desse “depois de cinco, seis anos afastado do trabalho de pesquisa. Ele aproveitou o momento para reintegrar ao repertório “instrumentos que a gente usou pouco. Talvez o mais moderno seja a viola caipira, que é herança dos portugueses”.
O diretor do Terra Sonora diverte-se com uma indagação que sempre surge: qual o elo que une as músicas tocadas pelo grupo? Não existe essa preocupação de traçar um roteiro por essas vias. “O prazer do Terra é pontuar com música as curiosidades geográficas”, afirma. Plínio Silva acredita que a marca maior do conjunto é o contraste entre os números apresentados.
“Quem vai a teatro ver o Terra, nunca sabe o que ouvirá”, diz. Porém, a qualidade é imprescindível. “É difícil a pessoa não gostar”. A princípio pode achar a sonoridade esquisita por não ser familiar, mas com certeza vai se envolver com as mudanças de atmosferas de cada canção.
É proposital esse andamento feito de surpresas. “Tanto o show como o disco não são divididos em blocos, com músicas ora só da Ásia ou só da Oceania. É uma mistura, uma viagem contrastante pelo mundo”, conforme Silva.
Quando Plínio Silva diz “pelo mundo” não está exagerando. O roteiro musical do CD, e da apresentação ao vivo, trazem obras do Cazaquistão, Noruega, Grécia, Uzbequistão, Moldávia, China, Ruanda, Colômbia, Escócia, Eslováquia, e, claro, do Brasil. Ao todo são 24 músicas que compõe o disco.
Originalmente “Distâncias” – editado por meio da Lei de Incentivo da Fundação Cultural de Curitiba – não foi direcionado para comemorar os 19 anos do grupo, que transcorre em setembro, mas a proximidade da data é um convite para a celebração.
Serviço:
Lançamento do CD “Distâncias”, do grupo Terra Sonora.
Dias 21, 22 e 23 no Teatro Paiol.
Sexta e sábado (21 e 22) às 21 horas.
Domingo (23) às 20 horas.
Ingressos: R$ 20,00 e R$ 10,00.