Uma formiga de asas o que te supus, nupcial, bailarina, o império do vôo em véu por lâmpadas e candelabros – não, jamais este rastro de mínimas partículas provendo a casa, a cozinha, diligente suprindo a despensa de nossa casa.
Um oito de pernas és o que és andando o ninho, salivando abundante as crias com o insensato dom de reproduzir, aos milhares, aos milhões, a replicante sina de sua microscópica grafia.
Duro ferrão em riste a ríspida fagulha com que de noite me mordes, dilaceras?, o lábio, o braço, a exausta virilha, e passa-me ao sangue o veneno mortal de sua minúscula mandíbula.
Com raiva de nosso amor com raiva, da varanda assisto a você no jardim levando ao ombro as grandes folhas.
Te xingo, na cara te xingo – Tanajura! Tanajura!
de Wilson Bueno