Do analista dos Planaltos:
Para muitos que gostam de acompanhar o noticiário político, Roberto Requião fora do cenário local é como assistir o filme King Kong sem o gorila. Uma espécie de MMA onde seria proibido o soco ou o chute .
Não deixa de ser verdade na sociedade do espetáculo beligerante. Talvez por isso o nome do venerando senador esteja sempre no imaginário dos comentaristas da área. Afinal de contas, Beto Richa, o atual governador, veste mais o figurino do bom moço que prima pela busca de consensos – ou pelo menos tenta; e a ministra Gleisi Hoffmann ora é chamada de Sissi, a Imperatriz, ora de Barbie – e a mídia sempre faz menção à vocação adolescente e não seguida de religiosa.
Requião preferiu sempre representar o iconoclasta, criou para si uma indumentária mal enjambrada composta de calça jeans surrada, camisa azul esporte e tênis, tudo para montar o papel de enfant terrible desafiador de convenções, um tribuno do povo em conflito com o poder.
O incontestável é que a fórmula deu certo e lhe rendeu um mandato de deputado, outro de prefeito, dois de senador e três de governador. Incríveis sete mandatos!
Foi bafejado pela sorte, beneficiado pelas circunstâncias de fim do ciclo militar e ainda o desgaste dos adversários e eleito e apoiado por dois governadores e um prefeito , Mauricio Fruet, JoséRicha e Alvaro Dias, todos líderes de grande prestígio e vitimizados pela legislação eleitoral anterior que lhes proibia a reeleição. Esses elegeriam até um poste, dizem os críticos. É verdade mas não lhe tira os méritos de combatente, dizem também os poucos que ainda o seguem, apaniguados e lotados no gabinete do Senado.
Agora o PT o quer escalado como um candidato ao governo tipo “Pit Bull”, com a tarefa secundária de, retoricamente, desqualificar e agredir Beto Richa, aplainando o caminho para Gleisi Hoffmann.
Requião pode até topar, mas em parte. Não lhe agrada ser coadjuvante – e se há algo que tem de sobra é experiência e saber que quem faz o papel do agressor em campanha só tende a cair e acumular rejeições, segundo comprovam as pesquisas .
Se for candidato , o que é certo, Requião será um aliado de Gleisi e Dilma, mas nos seus termos que não serão nada modestos. Incluirá a volúpia de ser ele mesmo a ir para o segundo turno e voltar ao Palácio que reformou, além de eleger o filho e o sobrinho. De quebra, os irmãos estarão contemplados no pacote governamental. Tem masi: os índices de pesquisas atrairão a mira da metralhadora giratória. Que não se iludam os petistas!
Resta ver como ficarão os peemedebistas que hoje estão com Beto Richa. O mais provável é que Requião comande uma milícia contra exércitos organizados e que os deputados estaduais se dividam entre os palanques conforme as regiões eleitorais.
Na primeira batalha interna pelo comando do diretório estadual os deputados liderados por Serraglio e Pessuti venceram Requião por margem apertada. A segunda será a Convenção Estadual em 2014, com quorum ampliado. Hoje tudo indica que decidirá por candidatura própria do PMDB, como exige o Diretório Nacional. Os tucanos não desejam a hipótese, mas fazem poucos esforços para evitá-la.
E La Nave Va.
Realmente a politica da província sem o velho senador já não será mais a mesma. Ele é uma mistura de Marat com Robespierre, e vai sim se prestar a baixar o porrete no Beto que, com aquele estilão piá de prédio, não convence mais ninguém. Mas se a nossa ministra loirinha for num um a um com o hibrido, Robespierre/Marat, para um segundo tempo, apanha do cara . E não há 51 ou companheira Dilma que salva a moça de cossa como ela levou em 2008.