8:57Depois da trovoada

Depois dos sete anos e três meses tonitruantes anos de Roberto Requião à frente do governo do Estado, a maneira quase silenciosa do sucessor Beto Richa e, do outro lado da praça, de Gustavo Fruet na prefeitura de Curitiba, mesmo com apenas cinco meses de gestão, parecem servir de munição para que os partidários tanto de um grupo quanto o do outro atirem com a ideia de que as respectivas administrações estão sem fazer nada. Requião brigava um dia sim e outro também e o saldo de seu governo se esfarela e escorre entre os dedos das mãos como se alguém tivesse pego torrões de terra depois da passagem de um trator. Richa, com dois anos e meio de gestão, não conseguiu apresentar de forma clara os pilares do seu governo e algumas patuscadas, como as duas recentes dos projetos do “Tudo Aqui” e do aumento dos servidores, colocam mais interrogação do que certezas na sua maneira de governar – sempre blindada pelo grupo que o cerca, o que aumenta a interrogação a seu respeito. Fruet assumiu a prefeitura cercado de grande expectativa: como seria sua primeira experiência no Executivo e o que faria para levar adiante sem atropelos sua aliança com o PT. Assumiu a prefeitura pedalando uma bicicleta e depois jogou no ar um rosário de dívidas da gestão de Luciano Ducci, partidário de Richa, o que lhe valeu o apelido de chorão, bem espalhado pelos inimigos, e deixou a sensação de pouca atividade, apesar de ele ter avisado que olharia a casa primeiro para depois ver o que poderia fazer. Os dois também passaram boa parte do tempo brigando com a questão do subsídio ao transporte coletivo – e aí estavam em jogo os possíveis dividendos para a eleição do ano que vem, já que um é candidato à reeleição e o outro apoiará Gleisi Hoffmann. Mas até nisso foram discretos. A ninguenzada, obviamente, não olha assim nem assado essa disputa, mesmo porque tem coisas mais importantes a fazer, como sobreviver, por exemplo. Mas depois do estilo trovoada de Requião, o silêncio aparente dá uma sensação de vazio. Vai ver que é por isso que o agora senador talvez marque presença se candidatando de novo. Tem gente que acha divertido. Tem gente que acha triste. Isso é política!

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