17:18Verbas e tiros

Para quem estiver disposto a ler o que pensam o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano (PSDB), e o deputado Enio Verri, presidente do PT do Paraná, segue o tiroteio oficial entre os dois a respeito do repasse de verbas do governo federal para o Estado. Traiano ataca afirmando que o Paraná está sendo “violentamente discrimado”. Verri rebate rebate garantindo está havendo uma “avalanche de mentiras divulgadas pelo líder do governo Beto Richa”. Como se sabe, o pano de fundo de tudo isso é a eleição para governador em 2o14, onde se enfrentarão o tucano Richa e a petista Gleisi Hoffmann. Confiram:

Ataques contra o Paraná

 

Ademar Traiano*

 

Para quem acompanha o noticiário político, não é novidade que o Paraná vem sendo violentamente discriminado pelo governo federal na distribuição de verbas e repasses. Mas nem todos sabem que, por trás dessa discriminação, existe um fato vergonhoso.

 

Os ministros petistas paranaenses – Gleisi Hoffmann, Paulo Bernardo – jogam descaradamente contra o Paraná em Brasília. A sede de poder do PT é tão grande que eles não se envergonham de prejudicar Estado para alavancar seu projeto político.

 

Agora o cinismo dessa gente aumentou. Além de prejudicar o Paraná em Brasília, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo – aparentemente esquecido que a telefonia bate recordes de reclamações de consumidores – passa boa parte de seu tempo aqui dando entrevistas tentando culpar o governo paranaense pela perseguição da qual o Paraná é vítima.

 

A ministra Gleisi Hoffmann, mulher de Bernardo, segue o mesmo figurino perverso. Faz tour por rádios e televisões locais repetindo a mesma ladainha. Gleisi e o marido usam o tempo em que deveriam estar trabalhando pelo país, para disseminar a versão que os prejuízos que causam ao Paraná são culpa do governo do Estado.

 

O casal atribui à falta de dinheiro federal a suposta ausência de projetos ou articulação política. Ora, os projetos existem e são muitos e bons, mas não existe articulação política capaz de vencer má vontade e a má fé.

 

Todos os indicadores disponíveis, tomados de fontes oficiais ou investigações da imprensa, provam que o Paraná é prejudicado em sua relação com o governo federal. Além dos avanços em receitas estaduais, que nos levam uma quantia fabulosa (cerca de R$ 1,4 bilhão este ano), temos a discriminação na distribuição de verbas.

 

O Paraná é 5º Estado que mais envia dinheiro para a União, mas está em 23º lugar no recebimento de verbas federais. Em 2012 tivemos o segundo menor volume de investimentos por habitante entre os 26 Estados e o Distrito Federal.

 

O Orçamento de 2013 prevê aplicação de R$ 1,6 bilhão em obras no Paraná. Rio Grande do Sul receberá R$ 2,6 bilhões e Santa Catarina, R$ 2 bilhões. As duas universidades federais paranaenses vão receber R$ 1,4 bilhão para 2013. O valor é a metade do que está programado para universidades federais gaúchas – R$ 2,8 bilhões.

 

O Hospital de Clínicas da UFPR irá receber R$ 183 milhões em 2013. O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) leva R$ 608 milhões. O Paraná ficou atrás de Santa Catarina e Rio Grande do Sul no volume de empenhos federais. Também perdemos na comparação do volume geral de investimentos e nos empenhos do PAC.

 

Os investimentos da União em 2012 foram menores no Paraná do que Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os gaúchos receberam R$ 2,87 bilhões (R$ 268 por habitante), contra R$ 1,12 bilhão para Santa Catarina (R$ 180 por habitante) e R$ 894 milhões para o Paraná (R$ 86 por habitante).

 

A situação piora quando se consideram as obras do PAC. Apenas R$ 336 milhões em empreendimentos do PAC no Paraná tiveram recursos empenhados (R$ 32 por habitante). Os gaúchos levaram quase quatro vezes mais empenhos (R$ 1,36 bilhão ou R$ 127 por habitante) e os catarinenses, duas vezes mais (R$ 779 milhões ou R$ 125 por habitante).

 

Nem mesmo a fúria com que o Paraná é perseguido impede que o Estado continue a crescer e a exibir bons resultados. Estimativa de crescimento do PIB do primeiro trimestre mostra que o Paraná teve o maior crescimento do Brasil, quase o triplo da média nacional (1% contra 2,4%). Outros indicadores, como a geração de emprego e renda também revelam que o esforço petista para prejudicar o Estado não tem sido bem sucedido. Uma prova de que o Paraná, seu governo e sua gente são muito maiores que essa campanha sórdida que tenta nos atingir.

 

*(Ademar Traiano é deputado pelo PSDB do Paraná e líder do governo na Assembleia)

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O governo Richa e a tendência pela mentira

Enio Verri*

A população que acompanha o noticiário político do Paraná tem sido vítima de uma avalanche de informações falsas divulgadas pelo líder do governo Beto Richa na Assembleia Legislativa (Alep), deputado Ademar Traiano, contra os ministros paranaenses e o governo federal. Não é difícil entender a razão da verborragia semanal do líder: ele tem a missão de defender um governo que caminha a passos largos, lamentavelmente, em direção ao fracasso, enquanto se consolida como péssimo gestor.

Se nas pistas de corrida o governador se orgulha da sua suposta habilidade de piloto, o oposto ocorre no comando do Paraná. Com Beto Richa, temos um Estado trôpego, completamente sem rumo e próximo da falência financeira.

A crise nas contas públicas do Paraná, aliás, é tema recorrente do discurso raso e sempre equivocado do representante do governo na Alep. O deputado descaradamente atribui a culpa pela falência financeira do Estado à falta de apoio do governo federal e dos ministros paranaeneses.

Uma das críticas prediletas de Traiano é que o governo Dilma, ao desonerar impostos para incentivar o desenvolvimento do País, tira do Paraná uma grande capacidade de arrecadação. De acordo com o líder, o governo federal adota mecanismos sórdidos contra o Estado com o mero objetivo de frear a arrecadação, lesando os cofres públicos e prejudicando o crescimento. Um grande embuste.

É um discurso essencialmente fundamentado em interesses políticos e eleitorais e não encontra ressonância em análises técnicas do desempenho financeiro do Paraná. Esta política, de disseminar a mentira em detrimento da verdade, é despojada pela própria Secretaria da Fazenda (Sefa).

A desfaçatez se escancara quando comparamos a Receita Arrecadada da Administração Direta nos quatro primeiros meses de 2013 com 2012. A receita total do primeiro quadrimestre desde ano foi de R$ 9,82 bilhões, enquanto em 2012 foi de R$ 8,55 bi, ou seja, um incremento expressivo de 14,93%.

Este cenário otimista também se reflete nos repasses da União relativos às Transferências Correntes, conta que engloba o IPI, entre 2012 e 2013. De acordo com os números divulgados pela Sefa, no primeiro quadrimestre do ano passado o governo estadual recebeu R$ 2,28 bilhões, enquanto em 2013 o índice cresceu para R$ 2,38 bilhões.

Já a Receita Tributária, que inclui os recursos advindos do ICMS, cresceu 12,52% no primeiro quadrimestre deste ano em relação a 2012. O valor, que era de R$ 7,01 bilhões, passou para R$ 7,89 bi.

É importante destacar que, analisando os convênios entre o governo federal e os três estados do Sul em 2012, o Paraná, com R$ 3,805 bilhões, foi a unidade mais beneficiada, deixando para trás o Rio Grande do Sul (R$ 3,469 bilhões) e Santa Catarina (R$ 1,984 bilhão).

É necessário estabelecer a verdade, palavra que falta no dicionário do governo tucano.

A razão da crise financeira do Paraná, que ficou evidente na proposta indecente de parcelamento do reajuste de 6,49% do funcionalismo estadual em duas vezes, e na criação do Sigerfi (Sistema de Gestão Integrada dos Recursos Financeiros), que vai unificar em apenas uma conta bancária todos os recursos do governo, reside unicamente na inabilidade do governo Richa em administrar os recursos públicos.

Enquanto os paranaenses continuam esperando o início da gestão tucana  para além da entrega de veículos, o governo Richa lança mão de uma agenda da mentira, fundamentada na lógica perversa da vilanização do governo federal com a finalidade de maquiar sua própria incompetência.

 

* Enio Verri é Deputado Estadual e Presidente do PT Paraná.

 

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