Ele parecia um passarinho – e agora voou para o mistério de sempre. Mas era um passarinho elétrico, energizado, ligado. Nos encontramos algumas vezes na estrada da vida e da profissão. A primeira vez foi na redação do Correio de Notícias, quando eu fazia um frila de 45 dias. Tínhamos duas paixões em comum: o futebol e a música brasileira. Anos depois, e mais recentemente, olha o novo encontro, dessa vez nos estúdios da rádio Evangelizar, onde eu trocava figurinhas com seu irmão Sérgio Silva, outro mestre e também com as mesmas paixões. Uma vez ele me convidou e fui entrevistado num programa que ele fazia na rádio Educativa. Conversa Afinada e afiada ele tinha mesmo. E em cada breve encontro, aquele baixinho serelepe passava informação e tecia comentários curtos e seguros sobre a bola, sobre as canções, cantores, cantoras – e assim a gente aprendia, mesmo porque a energia que passava, o entusiasmo, era coisa rara. Silvio de Tarso viveu intensamente. E quem teve a sorte de passar perto, mesmo que em poucos momentos, ganhou e aprendeu. Amém.
Ainda não reconhecemos devidamente os méritos da rádio Educativa, uma das melhores emissoras do país pela riqueza e diversidade de sua programação musical. Sílvio de Tarso foi um dos grandes responsáveis pela excelência dessa programação. É chocante saber que o Sílvio nos deixou assim, de forma tão súbita, no auge de sua experiência profissional, ele que conhecia a música popular brasileira – e também o nosso futebol – como poucos a conhecem. Muitas lágrimas e um adeus doloroso pelo Sílvio, esse passarinho sublime que o Zé, com o talento de costume, descreve em seu blog.
Cultura ímpar, alma nobre, papo maravilhoso. Análise clara e objetiva. Pensamento honesto. Guri, piazinho, piazinho curitibano, desde o auditório da PRB2 até a troca de gibi em frente do Cine Curitiba. Todos nós perdemos. Os atletibas perderam uma das poucas análises serenas.Quem ganhou foi o pessoal do andar de cima. Cada vez mais a solidão se abate sobre as pessoas de minha geração.
Associo-me, com grande pesar, às homenagens ao Sílvio, grande figura, grande talento e grande profissional. É mais um do mundo da “latinha” que cala a voz. Não cheguei a trabalhar com ele, mas era seu telespectador na Educativa. E seu fã.
Foi-se o melhor e mais lúcido comentarista de futebol do Paraná.
Que pena………………
Naquela tarde fria e escura de sábado eu não poderia deixar de ir ao Cemitério da Saudade, tão fora de mão para mim, que moro do outro lado da cidade.
Era a minha homenagem pessoal, insignificante por certo, a um dos melhores curitibanos que conheci. A minha prece, diante daquele que partiu, era a obrigação do dia.
Silvio era a boa música, o bom rádio, o bom futebol, a boa conversa.
Gente boa, o Sílvio.
E sempre onipresente. Se eu ia à Cinemateca ver um bom filme, trombava com o Sílvio, No teatro, o encontrava. Nos bons shows musicais, lá estava ele, na platéia ou no palco, servindo de mestre de cerimônias.
A Curitiba de Sílvio é a que eu viajo.
Curitiba perde muito com o passamento de Sílvio de Tarso.
Que outros sílvios surjam!
A Rádio Educativa, ou É Paraná, ou Estadual (Sei lá! Muda tanto de nome!). bem que poderia sair dessa crise de identidade eterna e passar a chamar-se RÁDIO SILVIO DE TARSO!
Ninguém, melhor que Sílvio, personificou essa Rádio que é patrimônio cultural dos paranaenses. E que conseguiu sobreviver com altivez e categoria aos mais destrambelhados governos.