Para a acrescentar. A falta de informação faz muitas famílias acreditarem que o vício é defeito de caráter e que bastaria boa vontade do dependente para se livrar da doença. A maioria também não tem conhecimento de como é o tratamento e muita gente ainda acha que o que foi mostrado no filme “Bicho de Sete Cabeças” é o que acontece dentro das clínicas. Mais: o uso de drogas, lícitas ou não, como bem definiu a psicanalista Maria Rita Kehl, é o sintoma de uma outra doença, de fundo emocional. Em brasileiro isso quer dizer que a droga é utilizada para aliviar dor da alma, tapar buracos. E quem usa se enfia ainda mais fundo e coloca em risco a vida. Dependência não tem cura, tem controle. Este é praticado um dia de cada vez. Para tanto é preciso um mínimo de auto conhecimento, ou seja, jogar luz sobre os labirintos internos. Isso se faz com terapia, ou seja, conversa com profissionais ou alguém de confiança, que pode ser um parente, amigo, o padre, pastor, etc. Para que? Para aguentar os trancos da vida sem utilizar as substâncias que só derrubam mais.