11:33Ducci diz que Fruet não quer metrô e vai jogar fora R$ 1 bilhão

Da assessoria de imprensa do ex-prefeito Luciano Ducci:

O ex-prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), declarou nesta sexta-feira que o prefeito Gustavo Fruet (PDT) dá sinais claros que nunca quis um metrô para Curitiba e para não fazer a obra está disposto a um gesto extremo: jogar pela janela R$ 1 bilhão. Dinheiro garantido pelo governo federal a fundo perdido e uma verba que Curitiba receberia para investir no seu metrô, sem necessidade de ressarcir os cofres federais. Para Ducci, se Fruet mudar o projeto que recebeu pronto, esse dinheiro estará perdido. “Seria necessário, e apropriado, que o prefeito viesse a público e dissesse aos curitibanos os motivos reais para ser contra a construção de um metrô em Curitiba”, cobrou Ducci. “A única coisa que fica evidente é que a obra, por um motivo ou por outro, não será realizada. A cada momento ouvimos argumentos diferentes apresentados pelo prefeito para não fazer o metrô, uma obra com a qual os curitibanos sonham a mais de 30 anos”, completou.

O prefeito Gustavo Fruet e seus assessores nunca são claros, sempre são sinuosos e evasivos quando o assunto é o metrô. “Primeiro era o traçado que não servia. Agora, o traçado é o mesmo e ficou bom. Mas agora inventaram outro problema, a técnica de escavação, que não serve. São desculpas para confundir a população antes de enterrar de vez o metrô”, afirmou.

Segundo Fruet a técnica “cut and cover” (“cavar e cobrir”), prevista no projeto do metrô curitibano (apontado pela presidente Dilma Rousseff como o melhor do Brasil quando anunciou a liberação do dinheiro para o nosso metrô), não serve para Curitiba. Para Luciano Ducci, esse argumento é estranho, porque esse processo, assim como o Método NATM, também previsto no projeto, são utilizados na maioria das obras de metrô pelo mundo todo. Entre eles em São Paulo e Madri, por exemplo.

 

Segundo Luciano Ducci, o sistema construtivo shield, defendido pelo prefeito Fruet e assessores, é significativamente mais caro. O shield tem vantagens reconhecidas, como menor transtorno nas áreas vizinhas a obra. O problema, óbvio, é o seu custo, muito maior. “Com esse sistema que o atual prefeito quer, os recursos que conseguimos a duras penas junto ao governo federal, depois de dezenas de reuniões com ministros e técnicos do governo federal, serão mesmo insuficientes. Mas parece que inviabilizar a obra, fazer com que tudo o que avançamos para construir o metrô volte para a estaca zero, é exatamente o que o prefeito quer. A questão que o curitibano deveria se perguntar – e o prefeito deveria esclarecer – é o porquê isso acontece, uma vez que o projeto proposto é tecnicamente viável”, assegurou Ducci.

 

O projeto do metrô, elaborado pelo Consórcio NovoModal – responsável técnico pelo estudo, foi viabilizado, acompanhado e aprovado em parceria com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), órgão do governo federal, por meio de um convênio com a prefeitura. O projeto ainda foi analisado e selecionado, no âmbito do PAC 2 – Mobilidade das Grandes Cidades, pela Secretaria de Transporte e da Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades.

 

Outra crítica que não faz sentido é a do orçamento desatualizado. O custo foi orçado em 2010, quando foi executado o projeto, mas foi atualizado antes da elaboração do edital de licitação que prevê uma parceria pública privada para a construção e operação da linha por aproximadamente 30 anos. “O problema é que o sistema de escavação que o prefeito quer encarece o projeto. O equipamento é caro, pois normalmente é montado para apenas uma obra e a máquina deve atender as características do tipo de solo escavado”, explica Ducci.

Além disso, complementa o ex-prefeito, seria necessário mudar a profundidade estabelecida para a linha, por questão de segurança, para evitar a instabilidade do solo acima do túnel. Isso provocará também um aumento significativo no custo de implantação das estações que terão de ser mais profundas, além de aumentar a distância a ser percorrida pelos usuários entre a superfície e a plataforma de embarque e desembarque.

 

Para mudar o método de escavação, a atual administração precisaria elaborar um novo projeto estrutural, pois as dimensões e o formato do túnel serão diferentes. “Diante dessas condições técnicas, fica muito evidente que o prefeito Gustavo Fruet quer mesmo inviabilizar a obra”, finalizou Ducci.

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5 ideias sobre “Ducci diz que Fruet não quer metrô e vai jogar fora R$ 1 bilhão

  1. Maringas

    o Ex-Prefeito Interino Luciano Ducci, do alto da sua capacidade técnica e empreendedora, poderia pegar uma picareta e terminar a reforma que ele começou na Estação Tubo do Passeio Público, que mais de 1 ano depois de ser iniciada, ainda não ficou pronta.

  2. leo

    Curitiba, já foi uma cidade modelo para o Brsil e mundo. Agora de uns tempos para cá ficou uma cidade igual a todas que por aí existem.O pior é que os curitibanos que aqui nasceram e aqui vivem e também os que vieram de fora nos anos 70, de lá para cá aprenderam a gostar da cidade como se aqui tivessem nascido. è lógico e racional que as pessoas gostem do que é bom e
    assim acontece com Curitiba. Vejo muitos reclamarem do transporte, do trânsito, pois eu os convido a morar em duas cidades de modelo top para o mundo, São Paulo e Rio de janeiro, aí esse pessoal vai ver o que é bom para a tosse.
    Curitiba precisa avançar e melhorar em muitas coisas que ficaram degradadas e não tiveram continuidade por inveja , vaidade ou incompetência.
    No presente caso do metro não sei se existe erro técnico como afirmam os assessores do Prefeito, mas essa é uma justificativa muitro tenue. Também quanto a situação financeira da Prefeitura, penso que quando o atual Prefeito se candidatou e depois foi eleito já sabia das situação do municipio, houve uma equipe de transição, será que não foram dectetados esses problemas? Se não, ou esconderam ou não houve competência para visualizá-lo. Ai de nada adianta uma equipe formada por notáveis, o que podemos constatar olhando no site da Prefeitura o curriculo de cada uma dos secretários, onde a maioria é professo, doutor ou mestre. Me parece que ainda o pessoal não achou a chave do banheiro. Falta um pouco de vivência onde sempre foi o segredo das administrações anteriores, ou seja aproveitar os funcionários de carreira da Prefeitua que esses sabem o caminho das pedras.
    Se não dá para fazer o metrô que se explique porque , caso contrário começa a soar que se coloca defeito em tudo que existe para depois consertar e fazer a mesma coisa ou pior Deixar a situação ficar bem feia e no ano que vem que á eleitoral, ter as soluções para todos os problemas.
    O que mais interessa é a solução ou melhoria da situação da população, criar meios sustentáveis para a cidade e parar com o XÔRORO, pois esta marca é do rime do Botafogo lembram?

  3. Célio Heitor Guimarães

    Quais os curitibanos que “sonham a (sic) mais de 30 anos” com o metrô, ó cara-pálida? Nem há 30 anos.
    Curitiba, cruzada por rios subterrâneos, não precisa disso nem pode tê-lo. Em vez de preocupar-se com o bilhão a fundo perdido, o ex-prefeito deveria explicar a caca que deixou na prefeitura e cuja arrumação tem imobilizado o Guga para novas realizações.

  4. Wagner Wolff

    Não adianta fazer meia linha de metrô e depois não fazer mais. Tem que haver novas soluções reais para o sistema não ficar fazendo esses remendos para um projeto que já não resolve mais. E o prefeito tem que parar de chorar porque cansa essa conversa.

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