6:56Assim é, se lhe parece

Do ombudsman:

A edição de ontem da Gazeta do Povo publicou matéria curiosa. O título sugere um ponto final na polêmica entre o governador Beto Richa e o ministro Paulo Bernardo sobre as transferências federais para o Paraná. Richa, como se sabe, afirmou que o Paraná é prejudicado. Bernardo respondeu, com maus modos, que o Estado é o que mais recebe dinheiro federal no Sul.

O título da reportagem dá razão ao ministro: “PR foi estado do Sul mais teve transferências da União”. O texto, assinado pelo jornalista André Gonçalves, não sustenta essa afirmação enfática do editor, pelo contrário, sugere que a razão está com Richa. Basta conferir alguns trechos:

– “Ex-ministro do Pla­­ne­­­jamento durante o governo Lula, Bernardo disse que os números indicam que o Paraná recebeu R$ 3,8 bilhões em repasses do governo federal, em 2012, contra R$ 3,47 bilhões do Rio Grande do Sul e R$ 1,98 bilhão de Santa Catarina. Já Richa reclamou que o Paraná recebe a menor quantia para investimentos entre os estados do Sul. Ambas as colocações estão corretas, mas são recortes dentro de um universo geral de aplicação dos recursos federais”.

– Na comparação com os vizinhos sulistas, o Paraná realmente recebeu em 2012 mais transferências obrigatórias e os convênios, como disse Bernardo, mas ficou em último lugar nos repasses diretos, como indicou Richa.

– Levando-se em consideração apenas as transferências constitucionais por habitante, cada paranaense recebeu R$ 283 no ano passado, contra R$ 247 de cada gaúcho e R$ 230 de cada catarinense. A situação muda quando são identificados os demais empenhos na lei orçamentária. Sem contar as transferências constitucionais, a União fez empenhos de R$ 920 por gaúcho, R$ 677 por catarinense e R$ 534 por paranaense.

– Em seis comparações de universos diferentes feitas por habitante, contudo, o Paraná aparece em último lugar em quatro.

– Considerados a parte mais nobre do orçamento, os investimentos da União em 2012 foram menores no Paraná do que na comparação com os dois vizinhos regionais. O volume total de empenhos para obras no Rio Grande do Sul foi de R$ 2,87 bilhões (R$ 268 por habitante), contra R$ 1,12 bilhão para Santa Catarina (R$ 180 por habitante) e R$ 894 milhões para o Paraná (R$ 86 por habitante). Ao longo da execução orçamentária, o empenho funciona como uma reserva de recursos – parte dele foi efetivamente paga no ano passado, e o restante foi incluído no orçamento de 2013 como restos a pagar.

– A situação do Paraná piora em uma análise apenas das obras listadas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ao todo, apenas R$ 336 milhões em empreendimentos do PAC no estado tiveram recursos empenhados (R$ 32 por habitante). Enquanto isso, os gaúchos tiveram quase quatro vezes mais empenhos (R$ 1,36 bilhão ou R$ 127 por habitante) e os catarinenses, duas vezes mais (R$ 779 milhões ou R$ 125 por habitante).

– De 11 obras do PAC identificadas especificamente no Paraná dentro do orçamento de 2012, quatro não chegaram a receber empenhos. Outras 12 obras no Paraná, mas que aparecem dentro da localidade “nacional”, também não receberam empenhos. Do total de empenhos realizados, R$ 256 milhões foram destinados para manutenção de trechos rodoviários federais.

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2 ideias sobre “Assim é, se lhe parece

  1. sergio silvestre

    Que magica hein!Na verdade fazem sumir é quase tudo isso.
    Agora o que chora esse gverno do PARANA.

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