por JamurJr

A Rede Globo figura entre as melhores emissoras do mundo. Isso todo mundo já sabe. Sabemos, também, que o jornalismo da Globo está entre os melhores da televisão mundial. Com um pouquinho de boa vontade dá pra colocar a Globo como a melhor no item jornalismo. Tem equipes de bons profissionais nos principais pontos do planeta. Trabalham com dedicação e talento, com seriedade quando é preciso, com graça e bom humor quando é o caso. O jeito latino e quente de se expressar faz um grande diferencial, que para nós brasileiros é de pleno agrado. A Globo trabalha com boas pautas e não deixa passar nenhum grande acontecimento sem uma boa reportagem. Um exemplo recente foi a cobertura da eleição do Papa Francisco.  Reuniram vários jornalistas que atuam na Europa e mais as equipes do Brasil, que foram  dar mais velocidade na produção de matérias sobre o grande evento – isso sem falar do charme da Patricia Poeta. Para quem trabalhou 42 anos no setor, numa época em que a tecnologia era primitiva, e o repórter, quando muito, falava da próxima esquina, dá gosto e até orgulho assistir na telinha  jornalistas competentes cumprindo pautas inteligentes sobre temas que interessam ao telespectador que está sempre na busca de fontes de conhecimentos, boa informação e cultura. Falam, e falam bem, de qualquer parte do mundo com rapidez e total segurança. A imagem chega perfeita – e a locução, também.  Mas, nem sempre é assim. Quando o noticiário se volta para a cobertura dos acontecimentos no Brasil, o que se vê é uma sequência de notícias sobre violência: “mataram cinco na favela tal”, “atiraram num policial que chegava em casa”, “um traficante foi transferido de presidio”(como se isso interessasse a alguém que não seja o próprio ou parente dele), “chacina na Baixada”, e assim por diante. Aí, o jornal fica chato, repetitivo. E não se culpe somente a Globo pelo excesso de crimes que coloca em seus telejornais. Tem sua parte de culpa porque exagera no sensacionalismo, no mais emocionante, na busca por uma lágrima de quem sofreu com a violência. O Brasil vive hoje uma dos seus piores momentos em termos de violência urbana. Há sempre muita matéria nesse setor. Morre mais gente nas ruas das nossas cidade que nas guerras, revoluções e revoltas que acontecem nesse mundo louco. Em nosso país quando não tem notícia de crimes, aparece alguém do governo fazendo lançamento de alguma coisa que dificilmente se realiza. O que não deixa de ser uma violência contra as esperanças do cidadão.