De J.R. Guzzo, em artigo na revista Veja:
Lula, com o PT atrás, fala em salvar a sua biografia, seu projeto nacional e a reputação do partido. Teriam mesmo de fazer essas coisas todas, pois áreas inteiras do governo federal viraram, nos últimos dez anos, uma espécie de cracolândia para viciados no consumo ilegal de verbas, favores e empregos públicos.
Sou o biógrafo do Lula.
Então, vamos lá:
Reconheço que o Plano Real, o Fome Zero, a Bolsa Família e o Vale Gás, mais as privatizações, o Proer, a Lei de Responsabilidade Fiscal, criados e praticados nos governos anteriores, foram determinantes prá acertar a economia brasileira.
Reconheço que 70 por cento das viagens internacionais, não trouxeram retorno financeiro, diplomático ou cultural e só me serviram como pretexto para conhecer o mundo e obter a simpatia de países pobres.
Mas algumas, inclusive, serviram para eu conhecer a capacidade de “assessoramento” da ex-chefe do escritório da presidência em São Paulo, a Rose Noronha.
Mas insisto em admitir que meu filho Lulinha é craque (epa?) em negócios, e muito oportunista.
E quero que o povo brasileiro, me perdoe pelas más companhias que arrumei nesse tempo todo, aquele cara do Irã, os irmãos Castro, a hoje múmia do Hugo, o Evo, sabe, todos trampas.
E que me desculpem por ter enchido o saco com a repetição da abertura: Nunca na história desse país…sabe cumaé, né, tenho pouca leitura…e nem lí a história do Brasil antes de 2003.
Quanto a eleição do poste, tive que me empenhar, pois se o sucessor fosse alguém entendido das coisas, eu não ia poder dar os meus pitacos e, quem sabe, o cara ia me botar no limbo. Daí, minha preferência por uma títere, um boneco de ventrílóquo, prá eu mexer as cordinhas.
No caso do Celso Daniel, juro que não fui eu quem puxou o gatilho.
Do Mensalão, juro que eu não sabia que iriam me apunhalar pelas costas e da negociata da compra da refinaria de Pasadena no Texas, também não garfeei nadica de nadica…
_____Dá licença, seu biógrafo, vou tomar uminha. Amanhã a gente continua.