15:12Um país na mira dos bandidos

por JamurJr

Já ouvimos muitas vezes autoridades da segurança pública afirmando que o combate a criminalidade não pode ser tarefa somente da polícia e que o cidadão deve colaborar de alguma forma. Na verdade, o desarmado e assustado contribuinte tem pouco a fazer para ajudar. Quando muito tomar algumas precauções quando vai a um banco, entra e sai do carro, entra e sai de casa, etc. Pode, também, evitar o namoro dentro do carro, prática que está sendo combatida em Brasília, como se o cidadão fosse a causa da violência ao ficar parado namorando e à disposição dos marginais. A polícia deveria proteger mesmo os que namoram em locais inadequados. Mas, não. Fica mais fácil fazer batidas nas ruas e interromper um romance quente com um discurso sobre segurança e o convite para sair do local. Em Curitiba se estimula o “Vizinho Solidário”, aquele que cuida da casa ao lado, verifica se alguém esta tentando roubar, enfim, faz o papel que é da policia. Quem tem que vigiar as ruas é a policia. O cidadão não tem preparo, não tem arma e nem essa responsabilidade, que é do poder público. De outro lado, uma colaboração que pode dar bons resultados é  mudança na pauta dos telejornais brasileiros. Hoje a matéria preferida é o crime. Um ato criminoso, ou julgamento de quem cometeu um crime, ganha várias inserções e quase todos os telejornais. Ficam dois ou três dias falando sobre o mesmo crime – e muitas vezes fazem reconstituição, mostrando a  habilidade  do bandido ao praticar o crime. O motorista do ônibus que foi assaltado na viagem a Foz do Iguaçu, chorando e anunciando que vai mudar de profissão, ganha grande espaço no telejornal. Os assaltos a ônibus no caminho das Cataratas do Iguaçu são parte da rotina de quem se aventura nessa rodovia. Hoje o cidadão tem medo de sair de casa, medo de viajar, medo de participar de eventos à noite, medo dos bandidos e medo de não encontrar um policial quando mais precisa. O bandido responsável por isso faz festa e se vangloria junto a seus comparsas quando aparece na mídia praticando um crime. Outro que vê na TV sua imagem captada por câmeras no local do crime, vira herói perante seus companheiros de bandidagem. Recentemente um acusado de ter matado pai e mãe, virou celebridade com direito a cobertura de seus passos desde o presídio até a sala do juiz. O noticiário sobre a ação de marginais só interessa aos próprios bandidos, que se beneficiam no seu grupo e viram celebridade entre membros da quadrilha. Exposição na mídia dá status ao bandido que domina a quadrilha, e o faz crescer como líder, planejador e administrador de atos criminosos- e isso aumenta seu poder de fogo. Se é para tentar reduzir os altíssimos e vergonhosos índices de criminalidade no Brasil, seria bom começar pela mudança na pauta da televisão e rádio. Tirar o crime e os bandidos do noticiário, seria uma medida adequada para deixar os criminosos no esquecimento e a população mais tranquila. O crime fora da telinha não vai acabar com a onda de violência e terrorismo no país, mas ajuda.

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6 ideias sobre “Um país na mira dos bandidos

  1. Mr. Walker Bush

    Jamur peço a sua anuência para ilustrar o seu texto com um outro;

    Do blog Psicologia Racional

    Tem certeza de que é você quem controla sua mente?

    Regis Mesquita

    Vou voltar a um assunto muito importante: o modelo de controle mental usado pela grande mídia para sobreviver controlando sua mente.

    Vamos dar uma uma voltinha no tempo. Durante algum tempo, na Europa Feudal, foi direito do senhor feudal desvirginar suas súditas recém casadas. Isto mesmo, a mocinha casava e ia “para cama” com o senhor feudal enquanto seu marido ficava aguardando. O senhor feudal escolhia as que ele queria e desprezava as que ele não desejava. Você pensa que as famílias ficavam com raiva do senhor feudal? Não, para elas era um orgulho ter a filha escolhida para ser desvirginada por esta pessoa ilustre. O CONTROLE DA MENTE SEMPRE IMPLICA A CONCORDÂNCIA COM AS PRÁTICAS DE INTERESSE DOS MAIS PODEROSOS.

    Quando observamos o passado é que entendemos o que acontece no presente. Ontem e hoje, quem detém o poder tenta conquistar a concordância de quem é espoliado.

    Na era moderna, a televisão e as redes sociais tem a função de criar as condições para a concordância. Ela parte de três princípios: negativização, ridicularização e punição.

    1- negativização: a mente sadia e carregada energeticamente torna-se autônoma, criativa e lutadora. Para dominá-la, esta mente tem que ser desvitalizada, cansada, desiludida e desviada para assuntos que gerem pouca satisfação. O primeiro passo é a negativização, encher a mente destas pessoas com informações insignificantes negativas. Vale tudo: um barco que vira em outro continente, uma árvore que cai, qualquer acidente que acontece, etc. É importante ampliar qualquer problema: há alguns anos atrás surgiu a gripe suína; previu-se dezenas de milhões de infectados. Nada disso aconteceu; logo este problema foi substituído por outro, depois por outro e assim por diante. A mensagem que deve ser passada é que tudo é imperfeito, inseguro, perigoso, etc. Para disfarçar algumas mensagens “positivas” são mescladas. A mente negativizada cansa e fica alienada. A mente negativizada fica compulsivamente procurando fora dela novidades e “soluções” para resolver “seus problemas”.

    2- ridicularização: quem estuda é nerd bobão, os professores são idiotas, o policial correto não consegue combater o crime, quem compra a roupa da moda é poderosa (quem não compra é bobo), etc. O mesmo acontece quando o dinheiro público é investido em programas sociais.

    Vou usar o exemplo do Bolsa Família. Os beneficiários do programa estudam MAIS, trabalham MAIS, tem MENOS filhos e vivem melhor. Mesmo assim é motivo de chacota. Uma das chacotas é esta abaixo:

    A verdade: o programa Bolsa Família custa aproximadamente 15 bilhões de reais por ano. Os benefícios fiscais para grandes empresas e grandes fortunas custam mais de 10 vezes isto. São regras e mais regras gerando estes benefícios (para quem não precisa) que a mídia jamais divulga. Uma delas: o grande empresário pega seu helicóptero e vai para uma festa. A classe média PAGA parte do gasto com combustível, piloto, etc. VOCÊ JÁ VIU ALGUÉM RECLAMANDO DISTO NA INTERNET?

    A situação é simples: a mente negativa tem que ter algo para reclamar e brigar contra. A mídia foca e persiste em assuntos para gerar a CONCORDÂNCIA. Com a mente cansada e desvitalizada, o cidadão reclama e conversa sobre o que a mídia foca e concorda com quase tudo.

    3- Punição: a punição acontece de várias formas. Quase sempre ela está implícita nos valores ideológicos divulgados pela sociedade. Era motivo de orgulho ser escolhida pelo senhor feudal para ser desvirginada. Quando o marido desvirginava a esposa era motivo de vergonha, pois ela havia sido desprezada. Esta ideologia fazia com que a própria família ficasse dependente emocionaldo senhor feudal. A forma mais comum de punição acontece quando as pessoas criam dependência emocional de algo. Recentemente uma revista fez uma reportagem sobre o bairro mais violento de São Paulo; uma mulher pobre disse que não usava o Orkut porque era coisa de pobre. Ela tinha conta no Facebook, porque era coisa de rico. Ela tem vergonha dela mesma, esta vergonha e insatisfação consigo é uma das facetas da dependência emocional de tudo o que é externo a si mesmo.

    Urgente: desligue a televisão, esvazie a mente, ame mais, faça carinho e amor, pratique a caridade e cultue a amizade. Priorize quem você ama, perdoe e tenha paciência. Liberte sua mente, para que você não seja mais um dependente emocional.

    Convido-o a conhecer um blog que é dedicado a ajudar as pessoas a migrarem da mente reativa (a que descrevi no texto) para a mente clara (a mente livre) -Blog Caminho Nobre

  2. Zangado

    Jamur Jr tem razão.

    Para culminar tudo isso as “autoridades” não perdem a oportunidade de dizer à mídia o que vão fazer para caçar a bandidagem, tais às vezes são os detalhes que pensamos estare propositadamente dando a dica para a bandidagem a fim de eles – as “autoridades” – se verem livres dos problemas.

    Indo mais longe um pouco porque a televisão não se contem em passar quase que somente filmes de violência?
    O cinema trash de Hollywood – tiro, morte, sangue e sexo – campeia e domina sem apelação nos monitores, muitas vezes passando o mesmo filme dezenas de vezes.

    E as novelas, então, precisa falar nisso?
    Bastaria um clic e isso tudo acabaria mas a sociedade da mediocridade cultuada num país sem educação como prioridade nacional não tem reação a esse quadro.

    Estamos sempre lidando com consequências, jogando o jogo no varejinho, enxugando gelo no país tropical, bonito por natureza – ah, como a politicagem gosta disso, a galinha de ouro dos problemas nacionais não pode ser morta! – sem atacar as causas nacionais nas suas origens.

  3. Parreiras Rodrigues

    Em meio a tanto o florear o galo, ninguém falou no policiamento da fronteira como principal solução para combate ao narcotráfico, o maior responsável pelo assoberbamento da criminalidade nos últimos anos.

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