15:56Sem críticas

Da coluna “Notas Políticas”, no jornal Gazeta do Povo:

“Não admitirei que alguém venha no TJ e nos critique. Aqui é nossa casa e devemos ser respeitados. Os juízes, na minha gestão, serão respeitados. Posso aceitar que venham ao meu gabinete para sugestionarem.” (Clayton Coutinho de Camargo, presidente eleito do Tribunal de Justiça do Paraná, falando como será o seu relacionamento com a imprensa)
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9 ideias sobre “Sem críticas

  1. José Aresta.

    será que nuvens negras estarão pairando nessa relação? caeitar críticas é um sinal de respeito.

  2. Palhares

    Direito – Oh ! bela carreira ! bela carreira, que exige quase meio século de estudo para se ficar sabendo alguma coisa dos seus mistérios !…” (Aluísio Azevedo)

    “Ninguém pode-se gabar de saber direito antes de lidar com ele pelo menos quarenta anos!” (Aluísio Azevedo)

    Uma triste visagem, observar alguns políticos patéticos defendendo aquele que lhe enche os bolsos. Triste ver a mídia mais corrupta que certos personagens famosos, brindar os CORRUPTORES, tirando de pauta qualquer assunto que possa constranger seu rico patrocinador – os gafanhotos da Assembléia Legislativa do PR -, envoltos nas denuncias de apropriação das coisas públicas. Lamentável escutar em horário nobre, âncoras globais referir-se a bicheiros, verdadeiros bandidos, gangster, como empresários de jogos ilegais. Irritante é ler de certos “calunistas” que o corrupto, aquele que se entregou aos milhões do CORRUPTOR ou empresário de jogos ilegais, que o pilantra era homem de conduta ilibada, deve ter sofrido algum tipo de psicopatia. O que é isso? É um distúrbio mental grave caracterizado por um desvio de caráter, ausência de sentimentos genuínos, frieza, insensibilidade aos sentimentos alheios, manipulação, egocentrismo, falta de remorso e culpa para atos cruéis e inflexibilidade com castigos e punições. Agora se fosse um pobre, não seria doença, seria bandido mesmo. Triste ver corrupto convicto e condenado, voltando após um forte impulso do fundo do poço, nos braços da mídias…

    Se pudéssemos entrar na alma dos animais (e os animais têm alma, ainda que isso contrarie as presunções humanas) encontraríamos na atitude do predador e na fuga da presa, uma mesma volúpia, a volúpia da luta pela vida. Mas há uma caçada que enoja, que repulsa os nossos sentimentos estéticos e, mais ainda, os sentimentos éticos, mesmo que os etólogos possam explicá-la como sendo natural, com os argumentos isentos da ciência: é a caçada das hienas.

    Dois ou três predadores espreitam a vítima ou as vítimas e, imediatamente avisam o bando, que pode chegar a quarenta animais. Há hienas maiores – pesando 80 quilos – e menores, a metade disso. Elas atacam em ondas, até derrubar animais totalmente indefesos, como as gazelas, os alces e as zebras, e as destroem em poucos minutos. As gazelas e os alces são atacados quando se encontram em grupos.

    O ataque ao erário público – ou seja, à maioria do povo paranaense, que, sem os recursos públicos, não consegue dispor de educação, de saúde, de segurança e, sobretudo, do direito de ser feliz – se assemelha à predação das hienas e dos chacais. Formam-se os bandos, escolhem-se os olheiros, que identificam o ponto mais débil da presa, e se passa ao ataque. A diferença é de que se trata de uma presa única e inerme, ainda que coletiva: a sociedade paranaense. As revelações das sucessivas operações combinadas do Ministério Público Federal do Paraná e da Polícia Federal são tão nauseantes quanto as cenas de uma zebra sendo devorada pelo bando de hienas(gafanhotos). A cada dia, a cada hora, novas informações trazem o pavor dos homens de bem, que são a quase totalidade da sociedade paranaense/brasileira, sem que saia uma linha na imprensa canalha do Paraná, como disse o Senador Roberto Requião.

    Há outra espécie de hienas, mais sutis, que são as da aristocracia sem méritos de um grupo de servidores públicos, que chegam a ganhar centenas de milhares de reais por mês, conforme se revela pelo acesso público às folhas de pagamento dos três poderes da República no Paraná. A falta de vigilância dos que deveriam zelar pelo bem público, e a cumplicidade de certos membros do poder judiciário, levaram a esse descalabro, no qual servidores do Executivo, do Legislativo e do Poder Judiciário ganham duas, três vezes mais do que os subsídios líquidos dos parlamentares, e dos proventos dos juizes do STF. Segundo se informa, apenas no mais alto tribunal do país, o Supremo, o teto da remuneração, arbitrado pelo poder executivo, está sendo respeitado. E coube a uma ministra do STF, Carmem Lúcia, tomar a iniciativa de divulgar o fac-símile de seu contracheque, dando o exemplo a ser seguido.

    Nos tribunais inferiores, a farra é quase geral. Os juízes que vendem sentenças, segundo um membro da magistratura, deveriam ser enforcados em praça pública. Talvez não mereçam tanto os juízes que se atribuem, sob vagas rubricas contábeis, remunerações milionárias, mas seria bom que os julgadores soubessem julgar-se, antes de julgar os demais cidadãos.

    O Estado – que, segundo Hegel, deveria ser a sociedade organizada – está sendo assaltado pelos predadores.

    O Judiciário paranaense, acaba por ser um jogo político entre grupos indicados por oligarquias. É delicado e perigoso mexer com os ocupantes de cargos públicos, até para juízes de primeira instância, até para desembargadores independentes. E para o povo, como é?

  3. Carlinhos

    O problema do TJ é este, considerar que o Tribunal de Justiça do Paraná é a casa deles. O “povo” que se exploda.

  4. Coronel Perseu Jacutingassa

    Os juizes São servidores públicos, nem mais nem menos do que servidores públicos. Quer gostem ou não, devem satisfações à sociedade que os sustenta.

  5. Parreiras Rodrigues

    Palhares falou por milhões. Os milhões sem voz.

    Quando a gente vê o aumento da criminalidade, apesar de o Governo trombetear a diminuição do número de famílias pobres, deitando por terra aquela velha cantilena dos sociólogos que atribuiam à miséria, os feitos dos marginais, se conclui pela falência duma Instituição que se supunha sagrada.

  6. ricardo crovador

    Beleza, Palhares. Só uma correçãozinha: que não há alces na África. Eles são animais da região norte da América. Então, as hienas não os atacam, a menos que invadam um jardim zoológico.

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