por Armando Nogueira
Driblar, tendo pernas tão tortas – e driblar como ninguém – eis um mistério de Garrincha que eu não ouso explicar;
Driblar, tendo uma perna mais curta que a outra – e driblar como ninguém – eis um mistério de Garrincha que tu não ousas explicar;
Driblar, tendo um desvio na espinha dorsal – e driblar como ninguém – eis um mistério de Garrincha que ele não ousa explicar…
Driblar, quase sempre para o mesmo lado, repetindo o gesto mil vezes para mil vezes afirmar-se negando o próprio conceito de drible – eis um mistério que não ousais explicar…
Driblar – e driblar com tanta graça e naturalidade – eis um mistério de Garrincha que só Deus pode explicar.