10:46Banana e aipim

No Rio almoçávamos numa pensão. A mesa era um caixote de querosene. Aos seis anos fui para a escola, na Rua Alegre. D. Rosa, a professora, era uma senhora de narinas apertadas. Eu era pobre, levava uma banana de merenda e me sentia orgulhoso. No recreio, um garoto desembrulhou um sanduíche de ovo, que humilhou e liquidou minha banana. Não jantávamos. A comida única era aipim.

Trecho de uma entrevista de Nelson Rodrigues ao Jornal da Tarde republicado no livro “Desvendando Nelson Rodrigues – Vida e Obra no Cinema e na Televisão, de Alexandre Callari

Compartilhe

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.