12:27Contestado na João Gualberto

Amigo do blog assistiu e gostou da minissérie sobre a Guerra do Contestado, produção local que começou a ser exibida ontem na Revista RPC. Gostou, juntou lé com cré e acredita ter feito uma descoberta: “Agora eu sei porque a avenida João Gualberto é a aquela confusão!”

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4 ideias sobre “Contestado na João Gualberto

  1. Conde Edmundo Dantas

    Não assisti o episódio de ontem sobre o Contestado, mas, se retratou João Gualberto como herói não está em acordo com o que de fato aconteceu. João Gualberto é o grande responsável pela matança que se seguiu, pois, mesmo sendo aconselhado por seus oficiais a não atacar, o fez, e deu início à carnificina. O Emérito Historiador Ruy Christovam Wachowicz, assim descreve: “Mesmo desaconselhado pelos seus oficiais, João Gualberto resolveu atacar. De ora em diante, cada sertanejo tornou-se uma fera, matando qualquer pessoa que fosse adversária”. Parece que na busca de heróis, que infelizmente em nossa Nação são escassos, temos a tendência a transformar vilões em “mocinhos”.

  2. Ivan Schmidt

    Conde Dantas tem inteira razão e todos os relatos históricos (a não ser os reacionários) confirmam tal interpretação dos fatos. João Gualberto cometeu um dos erros estratégicos mais crassos da história militar brasileira e acabou pagando com a própria vida e a de milhares de brasileiros.
    Outro aspecto que chama a atenção é que a caracterização do monge, a meu ver, mostra João Maria (Anastás Marcaf) e não José Maria (Miguel Lucena de Boaventura), que apareceu alguns anos depois. Inclusive, segundo se sabe, João Maria jamais permitiu que pessoas o seguissem. Ao contrário, a prática foi estimulada por José Maria já no quadro santo do Taquaruçu, do qual saiu em direção ao Irani, acompanhado por um grupo de fieis. Aí, na madrugada de 22 de outubro de 1912, deu-se o primeiro confronto entre forças legais e os chamados jagunços, que João Gualberto prometeu trazer “amarrados” para Curitiba.
    O episódio da metralhadora inutilizada por ter caído num riacho está bem contado, mas há um detalhe que merece correção: no acampamento do Irani não havia mulheres, pois José Maria só permitiu que homens o seguissem para o Irani, na época, pertencendo a Palmas (PR), onde tinha muitos amigos e protetores.

  3. Conde Edmundo Dantas

    Perfeito, Ivan, acrescento, apenas, que os chamados “Monges” são três: o primeiro foi João Maria d’Agostini, o segundo, Anastás Marcaf e o terceiro, Miguel Lucena, este último o guerreiro. Miguel Lucena reuniu em torno de si aqueles que não tinham futuro e foram abandonados pelos governantes dos Estados do Paraná e Santa Catariana e atemorizados pelas Polícias Militares de ambos os Estados a mando daqueles que tinham interesses políticos e patrimoniais na área. Foi uma matança vergonhosa

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