O site bocasanta.com.br prova como é pacata a vida do Interior. Enquanto em Curitiba a população vive amedrontada com assassinatos, drogas, roubos e a truculência de forma geral, lá o ritmo é outro. Um exemplo é Goioerê, cidade próxima a Campo Mourão. Naquela cidade, os bichos estão tomando conta da delegacia. Primeiro foi o caso de uma égua, que virou disputa de posse entre dois moradores, com testemunhas e tudo. Agora um agricultor procurou a polícia por causa das galinhas do vizinho. Contou que planta milho na Vila Rural, mas o vizinho deixa a galinhada solta, que vai lá e arranca tudo. O agricultor quer ressarcimento pelos prejuízos. E assim a vida no interior escorre lenta e calma como água de bica. Um privilégio reservado a pouco.
Depende a cidade do interior né … Experimente a vida “tranquila” de, por exemplo, Coronel Domingos Soares, Andirá, Clevelândia…
Ano 70, tinha um policial em Santa Isabel do Ivai. O finado Paredão que em muito lembrava o Sargento Garcia, aquele, do Zorro.
Deu um tiro no pé dum caboclo na casa do seu Jozino, que a gente chamava de mocó. Já viram zona duma casa só?
O mando político mandô ele pro distrito lavoureiro de São José do Ivai, o Ramal 28, 1.000 almas.
Folgado como só os gordos sabem sê-lo, estampilha, ajudava o soldo com mordidinhas.
Passava na frente do açougue, “admirava” a costela exposta e o açougueiro, solícito, lhe presenteava com duas, três ripas, gordas também.
Nos botecos, encostava-se nos mão-aberta donde saiam a sua dúzia de cervejas, diárias.
Chegava um moleque correndo: Sêo paredão, tão brigando no boteco do Paulão!
Tá tendo faca? Ah! Não? Então deixa prá lá.
Prendia um bebum: Já prá cadeia, mandava ele, brabo.
E lá ia o trôpego, mas obediente, trançando, pruma casa velha dita cadeia onde tinha um banco na varanda.
E lá ficava sentado, até a poeira baix…digo, a cachaça suar.
Um ano e Paredão era cidadão honorário do 28, padrinho de moleques e até de casamento.
Dai, veio a ordem pro Paredão ir prá Curitiba.
Mil e cem almas na rua, na única, dizendo não, inté choro tinha.
Protesto uníssono como aquele nunca ví.