9:50Regina Dourado, adeus

por Célio Heitor Guimarães

Profundamente lamentável o desaparecimento de Regina Dourado na manhã deste sábado, em Salvador, Bahia. Não apenas pelo sofrimento a que a atriz foi submetida nos últimos nove anos, mas por se tratar de um dos grandes talentos da arte nacional, com presença marcante na televisão brasileira.

Baiana de Irecê, Regina iniciou sua carreira aos 15 anos, quando estudava teatro, canto e dança na Companhia Baiana de Dança. Na televisão, estreou em 1978, no especial “A Vida e a Morte de Quincas Berro D’Água”, da Rede Globo, ao lado de Paulo Gracindo. No ano seguinte, fez a primeira novela: “Pai Herói”, de Janete Clair.

Depois, foi uma sequência de trabalhos memoráveis, entre os quais em “Renascer”, de Benedito Ruy Barbosa, também na Globo, que lhe valeu o prêmio de “Melhor Atriz Coadjuvante”, conferido pela APCA.

Em 30 anos de atuação, foram mais de 20 novelas e minisséries, entre as quais, “Pão, Pão, Beijo, Beijo” (1992), “Roque Santeiro” (1985), “Explode Coração” (1995) e “América” (1995), na Globo. Em 2006, já doente, Regina foi contratada pela Record, para a qual fez “Bicho do Mato” (2006) e “Caminhos do Coração” (2007).

No cinema, conquistou o prêmio de crítica do Festival de Gramado pelo filme “Tigipió”.  Em uma entrevista concedida no ano passado, ela contou que quando descobriu o nódulo maligno em um dos seios, em 2003, passou por cirurgias e sessões de quimioterapia e radioterapia. A doença deu uma trégua logo após a descoberta, mas voltou em 2010. Novamente, ela passou pelo centro cirúrgico e reiniciou o tratamento. Mas, dessa vez, sofreu com as sequelas da quimioterapia.

“Fiquei sem poder andar, tive muitas alucinações, esquecimento e visão dupla. Agora já estou andando, a visão está ótima e a memória está voltando, graças a Deus” – revelou ela, na época.

Regina Dourado estava internada no Hospital Português, em Salvador, para o atendimento de uma infecção urinária, mas seu estado geral era gravíssimo e irreversível. Ela já não reconhecia mais amigos e familiares e o processo de metástase do câncer de mama já tomara todo o seu corpo.

Seu último trabalho foi em abril deste ano, quando participou da encenação da “Paixão de Cristo”, na Concha Acústica do TCA, em Salvador, BA.

Tinha 59 anos. E deixa um filho, Leonardo.

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