Rosa Passos
Neto é filho com açúcar. Rosa Passos é avó. Ela disse isso no encerramento de um grande festival de jazz em São Paulo. O neto, adolescente, estava ao lado. E ela, o que é? Um menina cuja voz é acalanto e encanto. E o violão, que ela trocou pelo piano que estudou desde os cinco anos, não é complemento – segue junto numa paisagem que da Bahia, onde nasceu, tem a força que atraiu as caravelas do descobrimento. Ela é tão suave quanto o perfume do nome. Deus colocou ali o aveludado do Lucio Alves, deu-lhe o ouvido para decifrar a absurda simplicidade de seu mestre João Gilberto, fez brotar da alma a emoção de Nana Caymmi e emprestou a afinação com coração de Zé Renato. Batido tudo no liquificador da vida, se fez única e nasceu no meio de um jardim de flores, cores, frente pro mar, brisa passando, paixões serpenteando os ares, amor de entrega e cumplicidade que nos faz ouvi-la com a devoção que merece. Pouco conhecida do Brasil, reverenciada no mundo, Rosa Passos parece ter a paciência do Dorival conterrâneo, porque sabe que é. Ouvi-la é como ter o aconchego protetor que os netos recebem. E sua voz é como uma mensagem de paz que torna a nossa vida mais leve no primeiro acorde, na primeira sílaba que nos presenteia neste imenso palco.
http://www.youtube.com/watch?v=qAZRI4E48z8&feature=related
Ela é maravilhosa cantora e um doce de pessoa!Um dos melhores seres que conheci em toda minha vida…é fã número um do Waltel Branco ,a minha criança …