por Jamur Jr

A frase saiu da boca do Rei de Espanha numa reunião em que Hugo Chávez  falava demais. Está faltando alguém na Globo News com a mesma disposição do rei espanhol, para fazer alguns apresentadores entenderem que o papel do entrevistador, é  entrevistar, deixar o entrevistado responder as perguntas, livre, solto sem interrupções que prejudiquem seu raciocínio.  Eles têm o saudável hábito de convidar especialistas em várias atividades para melhorar a qualidade da informação sobre o tema em pauta. Isso é bom. Muito bom. Acontece que esses especialistas, na maioria das vezes, ficam mais tempo ouvindo a apresentadora ou apresentador do que respondendo a pergunta feita. No período de julgamento do mensalão, a Globo News fez um bom trabalho na transmissão ao vivo das sessões plenárias do STF. Nos programas apresentados para analisar a votação, havia sempre um professor de Direito para esclarecer pontos da sessão de julgamento. Esses mestres, muitas vezes, ficavam em segundo plano na hora de falar para o público. A apresentadora ocupava o maior espaço para suas perguntas, que vinham repletas de considerações, “análises” próprias.  Dá a impressão de que há um vírus do estrelismo que ataca apresentadores globais. Estes costumam falar mais que o entrevistado e, pior, fazem a pergunta e não permitem que o entrevistado conclua a resposta. São cortados antes disso, para que o profissional possa exibir “seus conhecimentos” sobre a matéria. Ora,se alguém é convidado para uma entrevista a respeito do assunto que domina, o mínimo que o apresentador deve fazer é permitir que ele exponha seu pensamento sem interrupção. Mas as coisas não acontecem assim. De nada vale se o convidado para entrevista é um grande especialista em futebol, economia, biologia, física nuclear, etc. Na hora do programa quem aparece mesmo é a apresentadora – e com ares de que sabe mais que o convidado.