17:32OS FLAGRAS DA CAMPANHA

Ratinho Junior e o pai na Rua XV – Foto de Lina Faria

Luciano Ducci na Vila Torres – Foto de Brunno Covello

Gustavo Fruet na Rua Riachuelo – Foto de Everson Bressan

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5 ideias sobre “OS FLAGRAS DA CAMPANHA

  1. BARÃO DE SERRO AZUL

    ZB para refletirmos antes do sufrágio – essa palavra é nova – não me copie.

    A hora de refletir
    Mauro Santayana

    É sábia a legislação ao impor silêncio à propaganda eleitoral nas horas que antecedem o voto. Ainda que esse silêncio não seja total, com a violação das regras pelos candidatos e seus cabos eleitorais, a redução do bombardeio de slogans, insultos e intrigas pelos meios eletrônicos permite aos eleitores fazer o inventário das informações, promessas e projetos, avaliar seus próprios sentimentos e emoções e comparecer às urnas com o seu voto. Os especialistas afirmam que é nessas horas que a eleição é decidida. A política se faz com a emoção e com a razão, mas é difícil saber qual das duas categorias prevalece no momento final. Muitos afirmam que, embora não seja a melhor conselheira, a emoção domina no processo de escolha. A liderança é um ato de sedução.

    Há, sem embargo disso, que contar com uma terceira posição na hora de votar: o interesse próprio. Há vários tipos de “cabresto”, para usar a imagem conhecida. Ainda há o eleitor que vota por um par de botinas, o remédio para seus achaques ou uma quantia em dinheiro vivo.

    Mais graves são os interesses maiores, os do grande capital, que financiam candidatos, partidos e pessoas influentes. Desde os tempos bem antigos, dinheiro e poder têm sido irmãos quase inseparáveis. Como dizia – na velha e sempre citada Grécia – o venerado Platão, há duas cidades na cidade: a cidade dos ricos e a cidade dos pobres.

    Enquanto houver ricos, haverá pobres. Para que não haja mais pobres na cidade – o endereço de todas as utopias – é necessário que não haja mais ricos. Dessa forma, desde que há sociedades organizadas, a História se faz nessa tensão permanente entre os que oprimem e os que resistem. A política se encarrega de administrar esse conflito, seja pela força das ditaduras, seja pelas regras republicanas, mais democráticas umas e menos democráticas outras. Ainda que dominada pela associação entre os patrícios ricos – quase sempre bem sucedidos concessionários do Estado – e o poder militar, a República Romana sabia engambelar as massas, mediante o tribunato da plebe e a possibilidade de ascensão dos pobres ao mando, pelo desempenho bélico, como foi o caso exemplar de Caio Mário. Como também ocorre em nossos dias, o poder de fato sabia como cooptar homens de talento para garantir o sistema.

    Os que se dedicam ao estudo da História sabem que as coisas mudaram pouco e “as duas cidades” continuam opondo-se uma à outra, até que a utopia cristã da igualdade (vivida por Pedro e a sua Igreja do Caminho) se imponha na Terra. A vida dos pobres é a crônica de uma eterna resistência em nome da esperança.

    As eleições municipais de domingo se realizam em momento delicado. O Procurador Geral da República, em momento de descuido de seu ofício, manifestou o desejo de que o julgamento da Ação 470 influa no pleito. Sua escolha, assim obliquamente manifestada, prevaleceu sobre os seus cuidados de primeiro promotor da justiça do país. Salvo melhor juízo, ele teria agido com mais prudência, se se limitasse aos autos do volumoso processo e, sobre o resto – nesse resto o momento eleitoral – fizesse o necessário silêncio.

    Ao votar, se houver eleição em seu município, que o faça como quiser. Mas não parece adequado que o Procurador se transforme em porta-voz dessa ou daquela facção política. Já basta que o candidato do PSDB de São Paulo, José Serra, atribua ao STF a tarefa de agir contra Lula como, em 1954 e 1964, agiram os meios de comunicação contra Vargas e Jango.

    No caso de Serra, as suas dificuldades eleitorais podem ter desatado os freios da razão, e, com eles a sua língua. O Procurador, não estando sob o redemoinho do processo eleitoral, está poupado desses descuidos. O Procurador Geral da República é, em certo sentido, o príncipe do Ministério Público. E, como advertia Richelieu, le premier devoir d’un Prince c’est de tenir sa langue.

    Há uma tendência em considerar o pleito de domingo como manifestação prévia de como se comportará o eleitorado nas eleições gerais de 2014. É certo que nas alianças que se desenham nas grandes capitais podem prever-se as coalizões do futuro próximo. Mas, sob as doutrinas, e sob as aparências, o que está em questão é o eterno conflito entre as duas cidades que Platão identificara na emblemática Atenas de seu tempo.

  2. Verônica

    Olha só, Zé Beto!

    Cena constrangedora na Feirinha da Praça da Ucrânia, a pouco mais de uma hora.

    Greca buscava votos entre os frequentadores do espaço gastronômico.
    Cumprimentou um, outro e parou na barraquinha de pamonha e bolo de milho.
    Pediu voto e um pedaço de bolo.

    O proprietário, um baiano super educado, deu o bolo e não cobrou.
    Mas me confidenciou, logo depois, que estava “arretado” com a história de “TV de baiano”, que o Greca largou no debate de ontem da RPC.

    Resumo da ópera: Greca ganhou o bolo de graça, mas perdeu o voto e o respeito daquele cidadão.

  3. Peixotinho

    ZB o que rola na Internet.

    Em Antonina, macumbeiro usa aipódi.

    Por : Zé do Egito

    As coisas estão mudando. Veja o clima, por exemplo… louco! As pessoas e os costumes, os carros entupindo o país sem ruas. Outro dia, indo para não sei aonde, me deparei com um sujeito meio estranho. Vestia um paletó surrado sob o qual se notava um volume bastante proeminente. Apertei o passo e emparelhei com o cara. Vi que aquilo que trazia por debaixo do paletó era uma ave, uma pomba, branquinha! Além do pássaro assustado havia uma garrafa de cocalaiti, uma lanterna de led’s, um bonequinho de cera do Messi e um baseado que mais parecia um rojão de São João. Curioso, arrisquei:

    – Que quê cê vai fazê com isso aí?

    – Macumba.

    – Macumba!!? Mas macumba não é com galinha preta, cachaça, vela colorida, São Jorge e charuto?

    – Ô meu!, tá por fora manô? Tá gagá? Se liga!, e o pré-sal, num conta não?, titio Sam tá de olho em tudo… bigibróder sacô!? Pânico cara!!!

    A pombinha, atenta ao dialogo, começou a espernear e girar embaixo do paletó… era, sem sombra de dúvida, uma pomba-gira.

    – Galinha preta? Tá por fora ô meu?, já era! Trouxe a pombinha em consideração às tradições, mas… não dá a letra não que eu não tenho licença, se a Florestal pega… Na verdade devia de ter trazido era um bigimaqui… tem funcionado melhor; às vezes, dependendo do bagulho, uso uma pizza rãtche com vinhozinho Faísca que os franceis tá caro. Tô meio com dó de degolar a bichinha, mas… trampo é trampo!

    – E essa macumba… é do bem ou do mal?

    – Manô… manôôôôô… se liga… qual’é, tem babado não… se liga meu, ôôôô, é do bem… do bem meu camaradinha, nada de crak sacô, só bagulho do bom.
    – E qual a encruzilhada que cê vai fazer o despacho?

    – Encruzilhada!!??, encruzilhada cara?… enlouqueceu!?, cê acha que ainda tem essa de encruzilhada? Macumba de hoje a gente aplica direto no local, no caroço da questã… in loco… é muito mais eficiente… é, desculpe o trocadilho, galinha morta.

    – E como é que cê mede essa eficiência?

    – Ôôôô manô!, num se toca não é? Tenho tudo aqui no aipódi… 150 mega cara… da épou! Tô velhaco na parada, já fiz mais de cem despacho… tudo por encomenda… nunca pra eu mesmo. A maioria pra político. A eleição daquele unzinho da igreja leguminosa… aquela dos adoradores de nabos maduros, sabe?
    Trabalho meu cara!, o talzinho não acreditava nem nos santos que ele mesmo pregava… um nóia! Hoje tá eleitinho-da-silva e não sai mais de lá… só dá nome de rua e moção disso e daquilo, vá lá, mas tá eleitinho. Tem muito casca grossa por aí enrricando por minha causa; manja o secretário público de assuntos particulares… tava com uma mania de ereção no dedo indicador que às vezes atrapalhava alguma negociata lá dele; curei o energúmeno com um despacho simples… broxante digital!, segredo meu. Outro que dei um jeito foi um tal sr. GasparZinho, um aspone que tava com problemas no buraco por causa de gazes da estufa… ô macumbinha bem feita viu! E os radicais livres, lembra? Queriam derrubar aquele outro caco velho só porque ele andou praticando uns estelionatinhos… coisiquita de nada; combati os tais só com óleo de peroba e osmocolor e agora tudo anda de acordo… saúde que só vendo! Mas dessa vez é diferente… dessa vez tô meio assim, sabe?

    – Não. Assim como?

    – Foi gente indignada com uma parada aí, acho que fixalimpa (sic) – deve de sê produto de limpeza – sei lá! Essa gente que me procuraram vieram falando que tem uma galera aí mais que pê da vida com esse treco. Mas como eu sou um cara que tenho lá os meus princípios, resolvi aceitar o trabalho, afinal… o leitinho pras criança nè manô? Qué sabê, vai tê muito descarrego… energia das braba, vai ser biguimaqui, pizza rãtche, bolinho de bacalhau, pomba-gira e rédibul pra todo lado… Se bobear levo um iscãnqui que tenho lá guardado; vô levar até um boneco extra… do Ibraim.

    – Ibraim!!?

    – Ôooo, mas… qual é, não segue os campeonato não? O Noviti cara… Ibraim Noviti!… O caboclo joga heim?, e que napa cara, parece um tucano!! Se vai funcionar? E para me garantir levo junto o João Garça. Olha, vai ser lá, direto no local… um tal de te-éce-ê, acho que em Brasília ou no Paraguai, não sei direito, e tem tudo pra não dar chabu, mas sei lá, as coisas estão mudando, veja o clima por exemplo… doidão! Tô vendo se pelo menos descolo a passagem pelo bolsa família que tão falando que vai ter municipal.

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