17:31Anos dourados e anos medíocres

por JamurJr

Certa ocasião (se não falha a memória na década de 60), o radialista William Sade fazia grande sucesso com seu programa na Rádio Marumby de Curitiba. A Rádio Clube Paranaense investiu o que pode na contratação do astro. Ofereceu um Fusca  novo – e ficaria com o Fusca velho do Sade para presentear o Ali Chain, outro campeão de audiência que atuava no setor policial. Era o tempo que se convencionou chamar de “Anos Dourados do Rádio”, em que os profissionais eram altamente valorizados. Contratar uma estrela e pagar “luvas” fazia parte do negócio. O que interessava para as emissoras era ter um bom time e garantir audiência.  Os tempos mudaram em ondas médias, curtas e frequência modulada. Um comentarista esportivo, por exemplo, como o Ernani Buchmann, nos bons tempos, não precisaria andar à procura de patrocinador para permanecer em atividade. Experiente, culto e com grande capacidade de análise, é o tipo do profissional de rádio que nos Anos Dourados estaria sendo disputado a tapa e a peso de ouro por várias emissoras. O Rádio mudou, sim, para pior, como quase tudo neste país tropical atingido por uma epidemia de mediocridade. Não tempos mais grandes compositores na MPB. Os bons radialistas são raros, na telinha parece que está todo mundo participando de um concurso para ver quem declama um texto com a melhor entonação escolar do tipo ” Batatinha quando nasce, se esparrama pelo chão”…

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5 ideias sobre “Anos dourados e anos medíocres

  1. antonio carlos

    mas faltou ao Jamur perguntar qual a razão de tal piora? Será que ela não coincide com a compra de rádios por parte das igrejas? Não conheço rádio confessional com programação leiga, ou é pregação ou é música gospel. E a coisa está de tal maneira que até a Poderosa anda gravando e distribuindo este tipo de música. Talvez lá pelos idos de 2150 as coisas mudem, mas é pena que não estarei vivo para ouvir os bons tempos do rádio de volta. ACarlos

  2. jeremias, o bom

    Estou com o Jamur e não abro.

    Eu sempre fui fã de rádio e hoje não consigo ouvir uma única emissora, dessas 30 ou 40 que têm em Curitiba.

    Mediocridade geral, religiosos pilantras, politiqueiros rastaqueras e programação musical da pior qualidade. É a aposta no atraso e na ruindade, pois talvez assim se ganhe mais dinheiro.

    Há inclusive a subcategoria dos repórteres policiais machões de microfone que quando se elegem vereadores ou deputados se transformam em tchutchucas do governante de ocasião.

  3. ricardo crovador

    Não foi só uma coisa que matou o rádio. Mas o principal foi o JABÁ, isto é, a taxa por fora paga pelas gravadoras ou empresários para tocar a porqueira de seus contratados.

  4. Santo

    “Um comentarista esportivo, por exemplo, como o Ernani Buchmann, nos bons tempos, não precisaria andar à procura de patrocinador para permanecer em atividade. ”

    De onde tiraram que o Buchmann é um comentarista esportivo? O cara falava o óbvio com algumas tiradinhas e com entonações copiadas de Jabor e Paulo Francis. Não dizia nada com nada. Que os verdadeiros comentaristas sobrevivam.

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