9:39No editorial

Trecho do editorial da edição de hoje do jornal Folha de São Paulo que fala sobre a pesquisa do DataFolha impedida de ser publicada em Curitiba:

O eleitor de Curitiba, por decisão da Justiça e a pedido do candidato Gustavo Fruet (PDT), foi privado do levantamento feito na capital paranaense. O pedetista alegou pormenores técnicos para obter a censura judicial de resultados que não são de seu interesse.

Pesquisas eleitorais mostram a fotografia de um momento da disputa. O cenário retratado é transitório, mas a imagem formada é um dado que o eleitor pode usar para decidir seu voto. Surpreende que ainda hoje alguns políticos militem para sonegar tal informação.

Segue a íntegra do texto:

Pesquisas incômodas

As pesquisas de intenção de voto do Datafolha em cinco capitais brasileiras compõem um cenário até aqui menos confortável para o PT do que se poderia esperar de um partido que há quase dez anos controla o governo federal.

Com candidato próprio em quatro dessas cidades, o partido da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não lidera em nenhuma delas.

No Rio de Janeiro, o PT se limita a apoiar o prefeito Eduardo Paes, do PMDB. Em busca da reeleição, Paes aparece com 54%. Em segundo lugar está Marcelo Freixo (PSOL), com 18%.

Em Belo Horizonte, o prefeito também é favorito. Marcio Lacerda (PSB) tem 49%, contra 31% de Patrus Ananias (PT).

A situação é semelhante em Porto Alegre, onde o prefeito José Fortunati (PDT) lidera com 41%, seguido por Manuela D’Ávila (PC do B), com 30%. Adão Villaverde, do PT, tem 7% e está em terceiro lugar.

Até agora, a vantagem de disputar uma reeleição vem sendo maior do que a de pertencer ao partido que governa o país. Nesse sentido, o PT de Lula parece ter errado ao deixar de fora da disputa o petista João da Costa, prefeito de Recife.

Seu candidato na capital pernambucana, Humberto Costa, caiu de 35%, em julho, para 23% e está tecnicamente empatado em segundo lugar com Daniel Coelho (PSDB), com 19%. O novo líder é Geraldo Julio (PSB). Do partido do governador Eduardo Campos, cresceu 27 pontos em dois meses e tem 34%.

Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, o petista Fernando Haddad tem 17% e está em segundo lugar, empatado com José Serra (PSDB), com 20%. Celso Russomanno (PRB) lidera com 32%.

O eleitor de Curitiba, por decisão da Justiça e a pedido do candidato Gustavo Fruet (PDT), foi privado do levantamento feito na capital paranaense. O pedetista alegou pormenores técnicos para obter a censura judicial de resultados que não são de seu interesse.

Pesquisas eleitorais mostram a fotografia de um momento da disputa. O cenário retratado é transitório, mas a imagem formada é um dado que o eleitor pode usar para decidir seu voto. Surpreende que ainda hoje alguns políticos militem para sonegar tal informação.

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7 ideias sobre “No editorial

  1. Angela

    Engraçado como a ação do Fruet está sendo superestimada. Quem vê pensa que foi a 1ª pesquisa barrada nesta eleição.
    http://eleicoes.uol.com.br/2012/noticias/2012/08/29/luciano-ducci-barra-na-justica-divulgacao-de-pesquisa-vox-populi.htm

    http://www.esmaelmorais.com.br/?p=79060

    http://www.esmaelmorais.com.br/?p=79454

    http://www.bemparana.com.br/noticia/230083/greca-tenta-impedir-divulgacao-de-ibope

    Existem regras a serem cumpridas na elaboração das pesquisas. Se a pesquisa não cumpre as regras, não deve ser divulgada. Independentemente de qual candidato tenha solicitado.
    E isto não é censura.

  2. Emerson

    Ei, onde estao os histericos “blogueiros progressistas” que tanto gritaram contra a censura das pesquisas mas eleicoes passadas? Quando eh por alguem da tchurma se calam?

  3. leitor

    Esse teu post foi replicado pelo grande Alvaro Borba, no ótimo blog dele, com os devidos créditos. Está aqui: http://abcuritiba.com/2012/09/13/eleicao-loucal-no-editorial-da-folha-de-sao-paulo/

    Agora, que tal replicar esse post dele, aqui: http://abcuritiba.com/2012/09/13/sabatinas-e-sabonetes-gustavo-fruet/ Um trecho (as aspas são para o Fruet: ” Só uma pessoa me falou em ser candidato a vice-prefeito do Luciano: foi o Derosso, num encontro na casa do vereador Celso Torquato, em 2011. Eu perguntei: ‘Você está falando em nome do prefeito?’. O Derosso falou ‘Estou’. E eu falei: ‘ A minha resposta é não. Não é por desconsideração ao prefeito e muito menos a cidade. É uma honra para qualquer pessoa ser vice-prefeito ou disputar a vice-prefeitura de Curitiba. Mas dessa maneira, não. Porque eu estou num processo de disputar a presidência do partido na capital’. E ele foi taxativo: ‘Então só vão lhe sobrar o PT e PDT. E seja rápido, porque senão o PDT também vai para a base do governo’. Eu procurei o Beto, manifestei que tinha um veto do Derosso. O Beto reafirmou o compromisso para que eu fosse presidente do PSDB na capital. Reafirmei que gostaria de assumir a presidência do partido, para construir um projeto, fazer o diretório na capital, fazer filiação, recadastramento, pôr o partido para funcionar. Houve três meses de silêncio. Foi um silêncio constrangedor. Eu tinha dois caminhos. Parava ou eu buscava uma alternativa. Parar? Pela primeira vez eu estava passando como uma pessoa sem atitude. Fiz então opção pelo PDT.”

    Abraço, saúde.

  4. DOROTEIA SAYEG

    Bobagem discutir por causa de pesquisa, se o povo é inteligente ele sabe que nem faz cócegas o resultado delas, então é melhor esperar o resultado final sem gastar grana nisso.

  5. Joao Agil

    O engraçado mesmo foin que so essa sencura de Fruet teve repercussão, quando era o promessinha ninguem falava nada, estava tudo bem, claro né, ele está do lado do governador ou ex? ninguem sabe…

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