8:59Menos desigualdade

A prefeitura de Curitiba informa:

Economista-chefe da FGV diz que relatório da ONU sobre desigualdade está defasado

O economista Ph.D. chefe do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcelo Neri, afirma que está defasado o relatório do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat). O relatório, divulgado esta semana, trata da distribuição de renda em áreas urbanas latino-americanas.

Segundo o documento, intitulado “Estado das Cidades da América Latina e do Caribe 2012 – Rumo a uma nova Transição Urbana”, o Brasil teria 0,57 de Gini – o índice mede a desigualdade de renda e varia de 0 a 1; quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade. Ainda de acordo com esse relatório, Curitiba teria Gini de 0,59.

Contudo, Marcelo Neri lembra que a Fundação Getúlio Vargas (FGV) apurou, em estudo divulgado em dezembro de 2011, tendo como ano-base 2009, que Curitiba tem índice de Gini de 0,50. No mesmo estudo, o índice do Brasil foi de 0,54. Os dados constam da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios)/IBGE.

Os dados estão disponíveis no Diagnóstico da Evolução dos Indicadores Sociais em Curitiba, do Centro de Políticas Sociais (CPS) da FGV, que aponta que a capital paranaense reduziu a desigualdade social. Entre 2003 e 2009 a cidade tirou da miséria 107 mil pessoas. Isso representou 65,33% na redução da pobreza em Curitiba contra 45,5% no Brasil no mesmo período. (Para acesso ao diagnóstico, basta ir ao endereço http://www.cps.fgv.br/cps/curi/).

Dessa forma, a cidade completou, em tempo recorde, a primeira e mais importante meta do milênio da ONU, que é reduzir a pobreza à metade. Na prática, Curitiba fez 25 anos em cinco no combate à pobreza.

“O relatório da ONU traz dados mais antigos, possivelmente com base em estatísticas da Cepal”, observa o economista Marcelo Neri, o mais respeitado do país em sua área. A Cepal, ligada à ONU, é a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe, com sede no Chile. De fato, os dados que levaram à conclusão do trabalho da ONU foram obtidos por informes estatísticos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Cepal.

O chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV ressalta que os números apontados pela ONU estariam próximos daqueles válidos para 2004, há oito anos, quando o país e a capital paranaense tiveram índices similares. “Mesmo quando teve a sua pior série histórica, em 2004, o Gini de Curitiba, de 0,57, ainda era melhor do que os dados utilizados pela ONU agora. E, de lá para cá, o quadro mudou. Tanto Curitiba quanto o Brasil melhoraram muito”, diz Marcelo Neri.

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