Foto de Alison Bento
Foto de Bruno Ferreira
Do jeito que veio:
Adolescentes do Sutil fotografam sua comunidade
Domingo próximo, dia 19, às 16 horas, a pequena comunidade do Sutil, estará em festa. Nessa tarde, no salão do Centro Comunitário acontecerão dois eventos simultâneos: a abertura de uma exposição fotográfica assinada por doze jovens residentes na localidade e o lançamento do livro “Comunidades do Sutil e de Santa Cruz – Herança quilombola da região dos Campos Gerais”. A publicação reúne em suas 36 páginas as imagens expostas e um breve histórico do Sutil e de Santa Cruz, redutos dos descendentes de escravos que viviam na região. O livro será distribuído gratuitamente durante o evento.
A exposição e o livro fazem parte de um projeto desenvolvido pela fotógrafa Fernanda Maria de Castro Paula, que há mais de 10 anos trabalha junto à comunidade. A experiência em convidar jovens moradores para registrar o lugar onde vivem com total liberdade temática resultou em boas surpresas, diz Fernanda.
“Dei oficina de fotografia para eles terem uma noção básica da fotografia enquanto documento e arte. Depois saíram a campo e, na hora de selecionar as imagens mais significativas, foi que vi que o conjunto trazia uma qualidade inesperada. Os jovens sempre nos surpreendem”, explica.
A proposta de Fernanda Castro com este projeto foi de instigar as gerações mais jovens a desenvolver seu olhar sobre o próprio habitat, que representa os últimos vestígios de uma história originária de escravos e fazendeiros.
Em dezembro de 1854, ou seja, 34 anos da abolição da escravatura, os escravos da Fazenda Santa Cruz, no distrito da Freguesia de Palmeira, tornaram-se donos de 6.530 hectares de terras, o equivalente à metade da fazenda, conforme deixou oficializado a fazendeira Maria Clara do Nascimento. Solteira e sem filhos, legou esses terrenos.
Hoje, passados mais de 150 anos, o que ainda existe são resquícios desses tempos, onde moram os afrodescendentes nas comunidades do Sutil e de Santa Cruz, localizadas entre os municípios de Palmeira e Ponta Grossa. A vastidão territorial diminuiu sensivelmente por ordens de sucessivos governantes que destinaram as terras para imigrantes europeus e a grandes companhias.
O Projeto herança quilombola na região dos Campos Gerais integra além da oficina e da publicação do livro, dois outros veículos – um jornal mural restrito à comunidade e um site criado especialmente para dar visibilidade à evolução do trabalho realizado no Sutil. Para sua realização a autora contou com patrocínio da Compagás (Companhia Paranaense de Gás), Munters e apoio da Celepar, através da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura.
Serviço:
Dia 19 de agosto de 2012, domingo, às 16 horas, abertura de exposição fotográfica assinada por doze jovens do Sutil e Santa Cruz e lançamento do livro “Comunidades do Sutil e de Santa Cruz – Herança quilombola da região dos Campos Gerais”.
Local: Centro Comunitário do Sutil
O livro será distribuído gratuitamente durante o evento.
Parabéns Fernanda,bom ver o fruto do seu trabalho e ter noticias do Sutil.Gd abraço .Lucia arruda
Que projeto bacana!A exposição vem para Curitiba?