9:13Sobre a doença da dependência

Sobre o texto de Barbara Gancia, publicado abaixo, um pitaco de quem tem três internamentos por dependência e “só por hoje” está há quase 18 anos em abstinência de drogas (álcool e outras): grupos de mútua ajuda como o A.A e N.A. são importantíssimos para manutenção da sobriedade, assim como terapias com psicólogos e psiquiatras especializados na área. Como escreveu um dia a psicanalista Maria Rita Kehl, a dependência é um sintoma do que podemos chamar de outra doença, a principal, a de origem emocional. A base do tratamento em clínicas de recuperação é terapia. O dependente, no geral, tem medo de olhar para dentro, para si próprio. Tanto nos grupos como nas terapias o caminho que se descobre é esse, o da importância do autoconhecimento, principalmente para se afastar os fantasmas que não queremos enfrentar. Tratamentos, que são para sempre, podem combinar uma coisa e outra. Cada caso é um caso. Há pessoas que se mantêm sóbrios frequentando somente o grupo de mútua ajuda; outros com terapia; outros indo aos dois. Fundamental é não esquecer a doença (coisa bem fácil para quem se afasta de tudo achando que pode se manter sem ajuda), que é incurável, mas controlável, e, lição do AA, evitando “o primeiro gole”. É isso o que fazemos, cada um à sua maneira, só por hoje.

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2 ideias sobre “Sobre a doença da dependência

  1. Estatística

    Parabéns, Zé.

    Acho que os passos mais difíceis são reconhecer a doença e pedir ajuda. Somos criados como autosuficientes e “fortes”, que não precisamos de ajuda.

    Precisamos, sim. E de muita.

  2. Célio Heitor Guimarães

    Grande Zé! Não esmoreça jamais! Força e bola prá frente, porque lá em cima (e aqui do lado) tem gente!

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