8:49Sábado (14) tem Marcha das Vadias

Pela causa:

MULHERES MARCHAM CONTRA A VIOLÊNCIA

No próximo dia 14 de julho acontece em Curitiba a Marcha das Vadias. O Paraná é o terceiro estado do Brasil com maior índice de violência contra a mulher

No próximo dia 14 de julho, às 11h da manhã, com concentração no Passeio Público, as Vadias de Curitiba voltam às ruas para denunciar a alarmante violência contra a mulher e reivindicar direitos e garantias de igualdade de gênero. No ano passado, mais de mil pessoas compareceram à primeira edição da Marcha das Vadias, realizada num questionamento sobre a culpabilização da mulher em casos de agressão sexual. Os debates foram intensos acerca do nome, da validade do movimento, sobre a participação das mulheres negras, o caráter possivelmente elitista do grupo, a participação masculina, o apoio às prostitutas e seu engajamento, a causa LGBTQ e o movimento feminista curitibano. Mais de 30 mil pessoas foram mobilizadas virtualmente em torno da discussão sobre agressão sexual. Diferente, ousada e artística, a Marcha foi considerada um dos eventos mais bonitos da cidade, a reivindicação foi colorida, lúdica e com diversas atrações culturais, o que se repetirá na Marcha deste ano.

Por que precisamos de uma Marcha das Vadias novamente?

Durante todo o período desde a Marcha do ano passado até hoje, as Vadias continuaram suas ações. Fomos às ruas, ocupamos a Boca Maldita todas as sextas-feiras, discutimos o machismo da política paranaense, manifestamo-nos a favor da descriminalização do aborto e contra a banalização da violência sexual na TV. Comemoramos o Dia do Laço Branco, da Não-Violência, criamos campanhas de conscientização pelo fim da violência de gênero. Participamos da Conferência Municipal de Políticas Públicas para Mulheres, fizemos parte, juntamente com outros coletivos, da organização da Marcha das Mulheres do Campo e da Cidade, assim como também nos envolvemos na produção do relatório da CPMI da violência contra a mulher, com audiência no dia 25 de junho, na Assembleia Legislativa do Paraná.

Missão cumprida? Não, estamos muito longe disso. Os números da violência de gênero (misógina, homofóbica, transfóbica e outras vertentes sexistas) crescem a cada dia, no Brasil, no Paraná e em nossa capital. No país todo, quase 2,1 milhões de mulheres são espancadas por ano: 175 mil por mês, 5,8 mil por dia, 4 por minuto e uma a cada 15 segundos. Em 70% dos casos, o agressor é uma pessoa com quem ela mantém ou manteve algum vínculo afetivo. As agressões são similares e recorrentes, acontecem nas famílias, independente de raça, classe social, idade ou de orientação sexual de seus componentes.

O Brasil é o sétimo país do mundo que mais assassina mulheres. Neste país extremamente misógino, o Paraná é o terceiro estado e Piraquara a segunda cidade em que mais morrem mulheres vítimas da violência discriminatória.

O Brasil é o sétimo país do mundo que mais mata mulheres. O Paraná é o terceiro estado no ranking nacional e Piraquara é a segunda cidade brasileira com maior número de assassinatos de mulheres. O Paraná é o segundo estado mais homofóbico do país. Em Curitiba, a cada 36 horas uma pessoa LGBTQ é brutalmente assassinada. Em 2011, no Paraná, mais de 17 mil mulheres foram agredidas e mais de 4 mil foram vítimas de crime sexual. Em 2012, quase 5 mil mulheres foram vítimas de violência. Em Curitiba, 115 mulheres foram assassinadas em 2011 e 30 mulheres foram mortas no início de 2012. Sabemos que estes números são ainda maiores, pois muitas vítimas não denunciam seus agressores, que a maioria das agressões (física, sexual, psicológica) ocorre em casa e também que, desde crianças, estamos todxs sujeitxs a elas.

Após a CPMI da violência contra a mulher, concluímos que o Paraná não cumpre devidamente a Lei Maria da Penha, os poderes responsáveis por contornar esses dados e oferecer os índices e estatísticas não dialogam entre si, o descaso em relação aos altos números de agressões e mortes no estado é assustador. Criamos uma sociedade que tolera a violência e que atribui a culpa à própria vítima. É essa cultura machista que queremos transformar.

Lutamos juntxs, mulheres e homens cis e trans*, heterossexuais, lésbicas, gays, bissexuais, queers, para que todxs possam exercer a sua liberdade com dignidade e segurança. Afinal, todxs têm o mesmo direito à autonomia e a exercê-la com plenitude sobre o próprio corpo.

Para que isso seja possível, precisamos de políticas públicas voltadas à saúde, educação e segurança, além de um amplo debate com toda a sociedade. Este é o primeiro passo para que possamos finalmente reverter esse quadro.

Por isso acreditamos que precisamos, sim, levar a Marcha das Vadias novamente às ruas, para mais uma vez mostrar a toda a cidade que os problemas são sérios demais para que nos calemos diante deles.
MEXEU COM UMA, MEXEU COM TODAS
AGRESSÃO SEXUAL: A CULPA NUNCA É DA VÍTIMA

Mais informações, fotos, vídeos e material gráfico: www.marchadasvadiascwb.blogspot.com

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2 ideias sobre “Sábado (14) tem Marcha das Vadias

  1. Vadio

    Imaginem se convocarem a marcha dos Vadios! Vai faltar espaço para tanta gente. Políticos vai dar um milhão. Puxa sacos e sangue sugas um cinco. Luas pretas mais um três. E aí vai…..

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