por Juca Kfouri*
E o Corinthians ganhou o último grande título que lhe faltava.
A taça Libertadores, é claro, antes de mais nada é da Fiel, que deu mais um show de força e paixão no Pacaembu.
Mas é, também, de todos os não-corintianos que exigiam que o Corinthians ganhasse a tal Libertadores.
Talvez o Corinthians devesse esmigalhar a taça e distribui-la aos pedacinhos para todos que cobravam sua conquista como se fosse ela que desse a medida da grandeza de um clube.
Ou alguém acha que o Galo, o Botafogo, o Fluminense, são menores por não tê-la conquistado?
Bobagem pura!
Ainda mais quando se trata de um torneio cada vez mais anacrônico, ultrapassado mesmo, com seus jogos em altitudes desumanas e que convive há anos com a ridicularia de escudos policiais para que se bata um simples escanteio e é sempre palco dos mais diversos objetos arremessados nos gramados da América.
Quem sabe agora, quando não mais soará como desculpa, o novo campeão possa fazer valer sua voz para modernizar a taça, até abrindo mão de disputá-la caso não se dê os passos civilizatórios de que a Libertadores, urgentemente, necessita.
O jogo, que não tem nada com isso tudo, foi épico como era de se esperar.
O primeiro tempo foi tenso ao limite e pouco emocionante no primeiro tempo.
Ao contrário do segundo, que logo aos 8 minutos viu Danilo dar de letra para o Sheik das Américas fazer 1 a 0.
Desnecessário dizer que o estádio virou o Sanatório Pacaembu, como diria Washington Olivetto.
Para começar uma festa que foi aumentando à medida que o tempo passava.
Um minuto antes, Cássio fez uma defesaça, a primeira dele, e o Sheik das Américas fez o segundo gol, espetacular, aos 27, depois de interceptar um passe de Schiavi e partir célere até a área e fulminar a meta portenha.
E não me pergunte mais, porque me perdi no Pacaembu.
Que venha o bi, que venha o Chelsea!
O Boca?
O Boca é bico.
Ilustração de Guedex