14:29No Bananão, embaixo do coqueiro

Ivan Lessa

Ficamos mais órfãos no Bananão e o jeito é colocar o Lucio Alves para cantar no LP. Não teremos mais como beber o ritmo do garoto da fuzarca. O jeito é ir aos tesouros guardados dos pasquins da vida para saber com quantos paus se faz uma canoa literária. Ivan, o terrível, nosso amigo a olhar tudo da torre londrina, desapareceu atrás daquela moça do maço de cigarro Yolanda – e agora ri porque nunca escreveu o livro que queriam que escrevesse. Fez mais, muito mais: futucou, aguçou, pegou pela mão e puxou para dançarmos o samba-canção do texto, o maxixe da frase arregaçante embaixo do coqueiro que dá coco. Sem mais, sem mais porque ele não vai gostar do nhenhenhém aos que se foram. Não foi. Ele é. Eternamente. Agradecemos.

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Uma ideia sobre “No Bananão, embaixo do coqueiro

  1. Célio Heitor Guimarães

    Muito órfãos, ZB. E de talento, o que é pior. Ivan foi para Londres, nunca mais quis voltar, mas nunca deixou de brilhar aqui. Filho de Orígenes e de Elzie, ela também cronista e jornalista, teve como companheiros Antônio Maria, Vinícius, Jobim, Paulo Francis, Stanislaw Ponte Preta, Millôr, Jaguar e tantos outros, e foi um pouco professor de todos nós. Uma perda lamentável. Mais uma vítima do tabaco assassino.

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