19:02Jair Brito, adeus

Recebemos a seguinte mensagem de Marilze dos Santos Brito:

ADEUS MEU PAI

Ontem as 21h30 faleceu nosso pai Jair Brito, sem dor nem sofrimento. De toda forma, sabemos todos que ele não gostaria de sair desse hospital se não fosse para continuar a viver como ele sempre viveu intensamente cada momento de sua vida! Ele lutou até o fim, mas a natureza divina quis assim!!! Adeus meu Pai, um dia a gente se encontra…

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Segue o texto sobre o grande radialista escrito por Célio Heitor Guimarães e aqui publicado no dia 22 de maio:

Força, Jair!

Soube pelo Renato Mazânek, uma das lendas vivas do rádio e da TV paranaenses, e a notícia deixou-me triste e preocupado: Jair Brito encontra-se internado, em coma induzido, em hospital de Taubaté, SP. Não houve detalhes, mas desconfio que possa ter relação com o maldito vício do tabaco, já que Jair sempre foi um fumante inveterado.

Para quem não sabe, esclareço: Jair Brito foi um dos maiores radialistas do Paraná, com importante atuação no rádio de Santa Catarina e de São Paulo. Em Curitiba, começou na velha Rádio Guairacá, da Rua Barão do Rio Branco, “A Voz Nativa da Terra dos Pinheirais”, emissora importante, de grande audiência e de elevado padrão artístico, que então disputava a preferência do público com a pioneira PRB-2, Rádio Clube Paranaense.

Depois, Jair foi para a Colombo e Ouro Verde (onde criou o inolvidável “Pick-up Automático”, com “música, apenas música”, enorme sucesso de audiência), até chegar à Independência da primeira fase, que ele moldou, desde onascedouro, à sua imagem e semelhança. Foi a grande potência radiofônica em AM dos anos 60/70. Ali, Jair reuniu os melhores profissionais, o melhor som e a melhor programação da cidade – 24 horas por dia no ar. Acho que também andou pela Clube, mas acabou chegando a São Paulo, onde dirigiu emissoras do porte e do calibre da Bandeirantes, Nacional (hoje Globo) e Jovem Pan.

Depois de anos de labuta na paulicéia desvairada, Jair Brito cogitou voltar a Curitiba – cidade da qual, em verdade, nunca se afastou completamente, pois sempre fez questão de manter-se a par das coisas e dos acontecimentos do Paraná via internet. Era, aliás, frequentador contumaz deste blog, participando dele, volta e meia, com oportunos comentários. Mas acabou mudando-se para Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. À beira do mar, manteve-se antenado, de olho na tela e sintonia no dial. Em recente comentário para o site Caros Ouvintes, de Antunes Severo, lamentou o destino de uma das mais tradicionais emissoras de rádio do país, a Guarujá, de Florianópolis. Com a costumeira competência, escreveu:

“Emergente de um confortável retiro – ao qual me entreguei depois de muitos anos de trabalho (estou me deliciando em viver na estância balneária de Ubatuba, que tem mais de 70 praias) – solto minha voz, alto e bom som, para protestar contra o que acabo de ler em outro site especializado em notícias sobre rádio: a Guarujá, de Florianópolis, vai silenciar a programação de suas emissoras de AM e FM, abrindo mais espaço para a Igreja Universal do Reino de Deus, que já ocupa vários canais da capital catarinense.

“Meus pêsames aos radiofusores gestores da tradicional empresa catarinense pelo atentado ao bom-senso e aos ouvintes, muitos deles brasileiros, que está para ser consumado no próximo mês de dezembro. Custa acreditar em mais esta operação desmanche do rádio, que demonstra total incompetência de gestão. “E, por isso, é preciso gritar contra o ato de “acabar” com a quarta emissora que surgiu em Santa Catarina, uma das grandes da época de ouro do rádio brasileiro.

“Será o assassinato de porta-voz da população da Ilha famosa por conta de uns punhados de dólares fáceis de ser faturados, atingindo o coração do nosso bom rádio, que está de luto desde o fechamento da excelente Jornal do Brasil, a AM JB famosa, que anos atrás passou a transmitir programação religiosa. Esta intromissão fere a legislação de radiodifusão brasileira e, por certo, vai determinar o desemprego de muitos bons profissionais de um mercado já bastante carente, daí merecer um movimento por parte dos que ainda acreditam numa ação moralizadora do Ministério competente, o das Comunicações”.

Força, grande Jair! Estamos todos torcendo por você, certos de que o rádio brasileiro e os seus amigos ainda precisam muito do seu talento.

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Uma ideia sobre “Jair Brito, adeus

  1. Celso Antônio Casemiro da Silva

    Meu amigo JAIR BRITO.
    Como diria HÉLIO RIBEIRO: “A notícia nos chega e fere os nossos ouvidos. Quando morre uma pessoa como Jair Brito morre também uma . . . . .” e assim seria o improviso do maior comunicador de rádio deste país que Jair Brito teve a honra de formar uma dupla maravilhosa nos anos 70.
    Conheci Jair Brito na Rádio Capital quando ele era Diretor Artístico e senti na sua pessoa como ele era um homem bom.
    Fui falar com ele sobre Hélio Ribeiro e me atendeu maravilhosamente bem. Soube mais alguns meses que tinha saído da Rádio Capital. Usaram ele talvez somente para fazer a mudança da Avenida Nove de Julho para a região da Paulista porque ele tinha muita experiência em montar um esquema que funcione sem ter que ficar parado a rádio. Uma pena que esses dirigentes somente pensam em dinheiro nesta hora e não no ser humano.
    Eu sempre mandava e-mails para o Jair Brito. Como eu gostava de mandar gravações onde o grande HÉLIO RIBEIRO falava no seu “Coordenador” JAIR BRITO.
    Ele sempre falava: Mande mais. E sempre que podia eu mandava. Tenho mais gravações e numa delas era o primeiro aniversário do programa “O Poder da Mensagem” na Rádio Bandeirantes e o Hélio Ribeiro chama o Jair Brito e diz que o programa só é bom porque quem coordenava era o seu amigo Jair Brito que estava no estúdio e num outro o Hélio chama o Jair para cantar. É muito bacana.
    Como diria mais uma vez Hélio Ribeiro: “Vá com Deus, descanse em paz o seu corpo físico. Seja feliz para onde você for espírito. JAIR BRITO nós amámos, amamos, respeitámos e respeitamos você”.

    Um abraço a todos que gostam de Jair Brito. Uma pena. Até qualquer dia.

    CELSO CASEMIRO
    [email protected]

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