9:48Viva o Futebol

por Sergio Brandão

O ruim do Atletiba de uma torcida só é vencer, procurar e não ver ninguém do outro lado do estádio. Porque do contrário, com outro espírito, que não seja a brincadeira, tudo se perde, não tem graça. Como também não tem graça quebrar, agredir, espancar. Que a polícia se organize melhor, que o poder público nos dê o direito de diversão, porque nos próximos Atletibas quero ter o direito de brincar, gozar, curtir com a cara do outro, ou se der azar, de ser gozado, mas com as duas torcidas dentro do estádio, nas duas partidas. Muitos desta turma não sabem ou nunca tiveram a oportunidade de conhecer os clássicos onde tínhamos as torcidas separadas apenas por uma corda. Fim de jogo, cada um seguia seu rumo, sem anarquia, sem quebradeira, sem briga. Nos anos 70, no maior programa de rádio que originou todos os que estão por aí, com outro perfil, Dirceu Graeser comandava o “ Viva o futebol”. Todas as segundas e sextas tinha um quadro – o “Papo das Torcidas”. Era o espaço para as rivalidades. Claro que nos Atletibas as discussões esquentavam. Participei dele algumas vezes. Nunca ninguém passou do limite. Nunca houve nada além das discussões. Depois do programa, tomávamos juntos um cafezinho na Saldanha Marinho, rua da Rádio Clube Paranaense onde o programa ia ao ar. Sério! Era cafezinho – e não cerveja. Não que eu seja contra ela, apenas para mostrar que nunca fomos atraídos por outro motivo, que não fosse o prazer, o amor que tínhamos pelo nosso clube. É o espírito do “Viva o futebol” do Dirceu Graeser, o espírito do “ “Papo das torcidas” que seria legal de ver nestes dois Atletibas decisivos. Que o poder público nos dê este direito, tirando de cena, inibindo os que pensam e fazem o contrário.

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