10:31Que se faça a luz

por Roberto Elias Salomão

Teatro da Reitoria lotado; um espectro político que se estende do PSTU à Prefeitura Municipal de Curitiba, dos meninos e meninas do Levante Popular da Juventude à Secretaria de Estado da Justiça; partidos políticos, entidades sindicais e populares, CUT e MST; OAB, Tortura Nunca Mais e Ministério Público; uma participação significativa dos estudantes e suas entidades; representações da Câmara Municipal de Curitiba, da Assembléia Legislativa e da Câmara Federal; e a presença da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Este foi o ato delançamento do Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça.

Como lançamento, não poderia ter sido mais expressivo. Tem, porém, importância maior o fato de que o ato abriu largas perspectivas de continuidade e ampliação do movimento. Os presidentes das comissões de direitos humanos da Câmara de Curitiba e da Assembléia prontificaram-se a abrir esse debate nas duas casas; a UFPR, na voz de seu reitor,colocou-se à disposição para abrigar o projeto do Observatório de Direito sHumanos; e ficou clara a vontade de todos os presentes de que omovimento prossiga.

Houve um evidente consenso em todas as falas, sobre a instalação imediata da Comissão Nacional da Verdade e o apoio às investigações sobre violações dos direitos humanos no Paraná. É necessário ainda ampliar o movimento, atraindo outras entidades, além das mais de 40 que já estão participando; levar o Fórum para as principais cidades do Paraná; e iniciar o trabalho de investigação, propriamente dito. Esse trabalho exigirá a colaboração de juristas, historiadores e pesquisadores.

Além disso, não se deve esquecer o caráter pedagógico que podem ter o Fórum e a discussão sobre a repressão política. Debates, palestras,exposições, exibição de filmes e peças de teatro, tudo isso cabe e deve fazer parte do movimento.

Nesta caminhada, certamente haverá mais espinhos do que rosas, até que luz dissipe as sombras do período mais trágico da história do nosso país.

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9 ideias sobre “Que se faça a luz

  1. Velho de Guerra

    Esse “Salomão das Araucárias” remanescente dos barbudos de sandália e bolsa tiracolo, esqueceu de chamar o Timóteo e o Dep. Bolsonaro !
    rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrrsr !

  2. Emerson

    Boa, Velho de Guerra!!

    Só faltou dizer que espera que tudo se configure num espaço lúdico, com biodança, chás e fumos duvidosos…

  3. Elza

    Intelectuais, parentes de desaparecidos políticos, estudantes e a sociedade em geral participaram da instalação do Fórum. Parabéns a todos que participaram.

  4. Wlado

    Destaque para o ex- Procurador-Geral de Justiça do Estado do Paraná, Olympio de Sá Sotto Maior, que fez um brilhante discurso e uma autocrítica sobre a subserviência do MP ao regime militar.

  5. Cajucy Cajuman

    Texto bem alinhado, né?
    A tal Comissão Nacional da Verdade é para elucidar a sociedade? Dará ela, direitos iguais para que se ouça às partes? Ouvir-se-á o que dirão também os senhores militares? Existirá respeito aos convidados ao darem seus depoimentos – ou haverá como aconteceu recentemente em frente ao Clube Militar do Rio de Janeiro, agressões dos tais defensores dos direitos humanos, mas que não respeitam nem a Constituição e menos ainda os direitos individuais, como ficou demonstrado.

    A instituição armada – os Três Poderes (Exército, Marinha e Aeronáutica) – não estava a serviço da Pátria, quando dos desfechos do conflito? Se o tal força não tivesse cumprido com o seu dever pátrio, qual teria sido o futuro do país?

    Claro que erro houve de parte a parte. Mas a tal guerrilha estava à revelia da lei. E como a lei está acima de interesses outros, prevaleceu à soberania nacional. Esta que estamos exercitando hoje, democraticamente, e a contragosto de muitos.

    Se a sociedade organizada e às lideranças de então, promoveram e aprovaram a Lei da Anistia, para ambos os lados (força militar e guerrilha), buscar caçar cabeças de culpados – como já fazem em outros países da América Latina – não é o melhor caminho.

    O melhor caminho é homenagear os que tombaram no front, independente da cor de seus uniformes, e pensar na pujança do país e na qualidade de vida do seu povo. Esse sofrido povo brasileiro.

    O resto é revanchismo. E esse caminho poderá ser o estopim para coisas piores no futuro próximo. Todo cuidado é pouco.

  6. Velho de Guerra

    A tua argumentação Cajucy (que compartilho) infelizmente não consegue ressoar nos revanchistas de plantão, que insistem em perpetuar o estopim da discórdia. Não querem seguir o melhor caminho…

  7. epa

    Destaque para o doutor Olympio, ex-PGJ, por não ter processado criminalmente nenhum deputado no escândalo da Assembléia ! E viva a imprensa local, vendida e hipócrita !

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