10:03Três da Itaipu

Do site Megafone (http://www.megafone.inf.br/)

O PT decidiu no último sábado, 31, pela candidatura própria na disputa da prefeitura de Foz do Iguaçu. Na reunião, apesar de tensa, a tese de candidato próprio venceu por 14 votos a 12. O PT tem três candidatos para a disputa: Jorge Samek, Gilmar Piolla e Joel de Lima. Os três são trabalhadores da Itaipu Binacional e têm até junho como prazo para desincompatibilizar e disputar as eleições de 7 de outubro. O próximo passo dos petistas é registro das pré-candidaturas – o que deve ocorrer logo depois da Páscoa, a partir da próxima segunda-feira, 9.

Também devem ser registradas as teses e as propostas para o encontro municipal do partido que, a princípio, está marcado para o mês de maio. Até lá, os petistas vão iniciar as reuniões dos setoriais e intensificar as conversas com os partidos que formam a base aliada do Governo Dilma no Congresso Nacional.

Em Foz, o PT espera que seu arco de aliança inclua o PDT, PMDB, PP, PTB, PV, PTN, PSD, PCdoB, mas não fecha a porta para PSB, PSDB, PPS e DEM. O candidato ‘natural’ do PT tem nome e sobrenome: Jorge Samek. Se Samek continuar imprescindível para Dilma no comando da Itaipu Binacional, a escolha se dará entre Gilmar Piolla e Joel de Lima.

“O importante da reunião de sábado é que o PT decidiu que vai de candidatura própria com ou sem o Samek”, diz um petista, árduo defensor de candidato próprio na disputa. Entre os petistas já circula a tese, com centenas de assinaturas, que se resume em “manifesto pela candidatura própria do PT – o PT deve assumir papel de protagonismo na política iguaçuense”.

“Prestes a completar 100 anos, Foz do Iguaçu vive um processo de grande dinamismo cultural, econômico, político e social. A cidade renova seus conceitos, sua mentalidade, seus paradigmas. Uma gestão do PT na Prefeitura, no centenário da cidade, fomentará ações para sedimentar essa mudança de perspectivas e preparar Foz do Iguaçu para um novo século de prosperidade”, diz trecho da tese/manifesto.

Para levar esse projeto adiante, os petistas signatários da tese defendem que o PT “deve assumir o papel de protagonista e deixar de ser coadjuvante nas eleições municipais de 2012. E esse protagonismo só é possível com o lançamento de uma candidatura própria do PT”.

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2 ideias sobre “Três da Itaipu

  1. Sonolento

    A exemplo de qual cidade o PT quer “preparar Foz do Iguaçu para um novo século de prosperidade” ? Quem são seus candidatos e que apito eles tocam? Quais foram os grandes feitos destes “abnegados” que querem ser “protagonistas”?

  2. Hulk

    “Nascimento” do PT:
    O PT nasceu de cesariana, há 29 anos. O pai foi o movimento sindical, e a mãe, a Igreja Católica, através das Comunidades Eclesiais de Base.
    Os orgulhosos padrinhos foram, primeiro, o general Golbery do Couto e Silva, que viu dar certo seu projeto de dividir a oposição brasileira.
    Da árvore frondosa do MDB nasceram o PMDB, o PDT, o PTB e o PT… Foi um dos únicos projetos bem-sucedidos do desastrado estrategista que foi o general Golbery.
    Outros orgulhosos padrinhos foram os intelectuais, basicamente paulistas e cariocas, felizes de poder participar do crescimento e um partido puro, nascido na mais nobre das classes sociais, segundo eles: o proletariado.
    “Crescimento” do PT:
    O PT cresceu como criança mimada, manhosa, voluntariosa e birrenta. Não gostava do capitalismo, preferia o socialismo. Era revolucionário. Dizia que não queria chegar ao poder, mas denunciar os erros das elites brasileiras.
    O PT lançava e elegia candidatos, mas não “dançava conforme a música”. Não fazia acordos, não participava de coalizões, não gostava de alianças. Era uma gente pura, ética, que não se misturava com picaretas.
    O PT entrou na juventude como muitos outros jovens: mimado, chato e brigando com o mundo adulto.
    Mas nos estados, o partido começava a ganhar prefeituras e governos, fruto de alianças, conversas e conchavos. E assim os petistas passaram a se relacionar com empresários, empreiteiros, banqueiros.
    Tudo muito chique, conforme o figurino.
    “Maioridade” do PT:
    E em 2002 o PT ingressou finalmente na maioridade. Ganhou a presidência da República. Para isso, teve que se livrar de antigos companheiros, amizades problemáticas. Teve que abrir mão de convicções, amigos de fé, irmãos camaradas.
    Pessoas honestas e de princípios se afastam do PT.
    A primeira desilusão se deu entre intelectuais. Gente da mais alta estirpe, como Francisco de Oliveira, Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho se afastou do partido, seguida de um grupo liderado por Plínio de Arruda Sampaio Junior.
    Em seguida, foi a vez da esquerda. A expulsão de Heloisa Helena em 2004 levou junto Luciana Genro e Chico Alencar, entre outros, que fundaram o PSOL.
    Os militantes ligados a Igreja Católica também começaram a se afastar, primeiro aqueles ligados ao deputado Chico Alencar, em seguida, Frei Betto.
    E agora, bem mais recentemente, o senador Flávio Arns, de fortíssimas ligações familiares com a Igreja Católica.
    Os ambientalistas, por sua vez, começam a se retirar a partir do desligamento da senadora Marina Silva do partido.
    Quem ficou no PT?
    Afinal, quem do grupo fundador ficará no PT? Os sindicalistas.
    Por isso é que se diz que o PT está cada vez mais parecido com o velho PTB de antes de 64.
    Controlado pelos pelegos, todos aboletados nos ministérios, nas diretorias e nos conselhos das estatais, sempre nas proximidades do presidente da República.
    Recebendo polpudos salários, mantendo relações delicadas com o empresariado. Cavando benefícios para os seus. Aliando-se ao coronelismo mais arcaico, o novo PT não vai desaparecer, porque está fortemente enraizado na administração pública dos estados e municípios. Além do governo federal, naturalmente.
    É o triunfo da pelegada.

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