Os militares brasileiros deram o golpe no dia 1º de abril de 1964. Isso não é piada. No 31 de março, data que alguns ainda comemoram, eles colocaram as tropas em marcha e iniciaram os chamados anos de chumbo que duraram até 1985. O que se viu e estamos vendo depois da ditadura é outro departamento, mas triste também. A democracia é o menos pior dos regimes. Mas se tem gente achando que os militares não têm força, blablabli, blablablá, pense apenas na seguinte, hipotética e, se Deus quiser, cena que não vai acontecer: uma fileira de tanques parada na frente do Congresso Nacional com os canhões direcionados para lá. Alguém duvida que a maioria dos nossos parlamentares não sairia batendo continência? A questão dos crimes cometidos no período das trevas é uma chaga que só vai ser extirpada quando os militares se conscientizarem que ela cresce e compromete a imagem e a história das três Armas, principalmente a do Exército, ao não ser exposta, com todas as implicações que possa ter. Crimes também foram cometidos pelo outro lado, o da esquerda, que partiu para a chamada luta armada, atitude que ceifou bestamente vidas de jovens numa aventura muito bem definida pelo gênio de Nelson Rodrigues ao comparar, a quente, ou seja, quando a coisa estava acontecendo, Cuba com Paquetá. Isso tudo foi “ontem”. Hoje é esta graxa que vemos respingar no noticiário diário. A vantagem é que se pode mudar, sem risco de ser preso e levar tiro na cara.