Do Goela de Ouro

A convenção do PT que vai decidir pela candidatura própria ou o apoio a Gustavo Fruet (PDT) – a ser realizada nos dias 27 e 28 de abril – será resolvida na base do tacape. A ala doutrinária do partido insiste que o PT só vai forjar sua identidade em Curitiba e criar lideranças fortes com candidato próprio. Já a ala liderada por Paulo Bernardo mira o estrago que uma eventual derrota em Curitiba poderia fazer no projeto de reeleição de Beto Richa em 2014 e vê a candidatura própria como bobagem política.

O jogo ficou muito pesado porque existem boas razões para que a ala majoritária de Bernardo suspeitar que o grupo dos deputados Tadeu Veneri e do Doutor Rosinha, do bloco da candidatura própria, pode triunfar em abril. Uma delas é o fato que, em 2008, Gleisi Hoffmann se tornou candidata do PT a prefeito de Curitiba por um triz. Teve 762 votos, contra 630 dados a Tadeu Veneri e 22 a Luiz Herlain. Se uma candidata petista, boa de voto, teve apenas 108 votos de vantagem, como será com Fruet, ex-tucano e crítico feroz do PT até ontem? Para reduzir os riscos os petistas da ala Paulo Bernardo trabalham dia e noite. Cabalam votos, levam eleitores a acertar pendências financeiras para ter direito a voto na convenção e, segundo se comenta, preparam uma bateria de mísseis nucleares para disparar sobre Veneri e Rosinha. O bicho vai pegar.