8:54Nilson Monteiro, cidadão do Paraná

Do jeito que veio:

Assembleia entrega título ao “pé vermelho” Nilson Monteiro no dia 20 de março

Jornalista e escritor Nilson Monteiro receberá título de Cidadão Honorário do Paraná.

A Assembleia Legislativa já definiu a data para a entrega do título de Cidadão Honorário do Paraná ao jornalista e escritor Nilson Monteiro: será no dia 20 de março, em sessão solene marcada para as 18h30 no Plenário da Casa. A iniciativa da homenagem partiu do deputado Luiz Eduardo Cheida (PMDB), “como uma forma de reconhecimento ao talento e empenho do profissional em divulgar feitos não só de paranaenses, mas de brasileiros, das pessoas, em todos os veículos em que trabalhou”.

Antes disso Monteiro, que iniciou sua carreira em Londrina, recebeu a honraria da Câmara Municipal de Curitiba, em 2000, e da Câmara Municipal de Londrina, em 1999. No ano passado o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná homenageou seus 40 anos de atividade profissional durante a premiação Sangue Bom.

Pé vermelho – Nascido em Presidente Bernardes, no interior de São Paulo, Nilson Monteiro veio aportar em Curitiba ainda aos 10 anos de idade, por força da profissão do pai, que era representante comercial. Um ano e meio depois, por volta de 1964, mudou-se com a família para Londrina, onde se estabeleceu e pôde desenvolver seus estudos, dividindo-se entre os cursos de Letras e Literatura Francesa e Comunicações, na Universidade Estadual de Londrina (UEL).

O grande estímulo para ingressar na profissão veio através do jornalista e escritor Domingos Pellegrini, que o levou para o Diário de Londrina, de Edson Maschio, onde, ainda adolescente, foi responsável pela coluna “No Mundo Estudantil”.

Sempre pelas mãos de Pellegrini deu o passo seguinte, que o conduziu à redação do semanário Novo Jornal, ao lado de Marcelo Oikawa, Roldão Arruda e Carlos Eduardo Lourenço Jorge, no início da década de 1970.

O convite para ingressar na Folha de Londrina surgiu na sequência, por intermédio de Walmor Macarini, em 1973. Lá permaneceu por cerca de cinco anos, passando por diversas editorias, com ênfase para a de Cultura. Simultaneamente, desenvolvia trabalhos em rádio e televisão e fazia incursões no terreno da literatura, escrevendo contos e poemas. Passou também por agências de publicidade e ajudou a fundar a Cooperativa de Jornalistas do Paraná, que produzia o jornal Paraná Repórter.

Ainda em meados de 1970 fez parte da redação do lendário Panorama, uma experiência ousada capitaneada pelo empresário e ex-governador Paulo Pimentel, que teve vida breve, porém marcou a história do jornalismo paranaense. Após seu fechamento, Nilson foi para São Paulo, trabalhar no jornal Movimento, o principal porta-voz da esquerda no país à época da ditadura militar. Voltou depois para a Folha de Londrina, onde atuou como repórter especial e editor do Caderno de Cultura, angariando vários prêmios por reportagens que publicou.

Em 1986 transferiu-se para o jornal O Estado de São Paulo, depois para a Gazeta Mercantil, onde editou o Caderno Regional do Paraná e, finalmente, para a Revista Isto É.

Nesse meio tempo continuou produzindo poemas e contos. O livro de poemas“Simples” foi editado em 1984. Depois vieram “Curitiba Vista por um Pé Vermelho”, editado pela Fundação Cultural de Curitiba, “Ferroeste, um novo Rumo para o Paraná”, “Itaipu, a Luz”, e, finalmente, “Madeira de Lei”, que narra a trajetória do empresário Miguel Zattar, um pioneiro na área da silvicultura, na condução das Indústrias João José Zattar S/A.

Atualmente lotado no gabinete do governador Beto Richa (PSDB), Nilson fez assessoria de imprensa no Banco Regional de Desenvolvimento Econômico (BDRE), na Companhia de Habitação do Paraná – Cohapar – e na Associação Comercial do Paraná – ACP. Também assessorou o ex-governador José Richa em sua última campanha para o Senado, na década de 1990.

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4 ideias sobre “Nilson Monteiro, cidadão do Paraná

  1. Jorjão

    Nilson não é o primeiro e não será, com certeza, o último jornalista honrado – em todos os sentidos – desta província. Mas é raro, muito raro. Ninguém lhe tira uma casquinha, seja trabalhando em jornal ou em governo. Em nada, afirmo eu, seu amigo e admirador. Tem um belíssimo texto, é curioso (qualidade rara em tempos em que a gurizada tem certezas), leu tudo (tudo, viram?), é grande marido, pai idem, amigo raro. Jornalista imenso. Invejo muitos companheiros, como o Zé Beto que assina acima, como o Hélio, o Pio, o Mazza, o Mussa, o Camargo, o Laurentino, o Caco, o Franco, a Adélia, a Teresa, a Ruth, o Quinta, o Deo, o Vanderlei, o de Santa, a Lorena, a Fernanda, a Duca… E tal. Mas eu me mordo de inveja do Nilson. Vá escrever bem assim na puta que o pariu. Sem viadagem: eu amo, como amigo e bagrinho, o cidadão Nilson Monteiro.

  2. Wilson Lopes

    O Nilson deveria deixar a vaidade de lado e recusar essa honraria. Ser homenageado por essa assembleia é manchar o Currìculo.

    Nilson, no dia: deixe a carteira em casa.

  3. Nilson Monteiro

    Jorjão, não minta para a torcida, pois pode haver quem acredite e faltará léxico para eu explicar. Tudo bem, tenho a resposta na ponta da língua: o cara é amigo mor, parceiro eterno, cúmplice… Se aprendi alguma coisa neste nosso ofício, e tento afiá-lo diariamente, foi por camaradagem de uma infinidade de profissionais. Claro, se fosse nomínar todos, acabaria com o espaço do Zé. Mas, faço questão de dizer que alguns dos que me ensinaram a procurar as melhores teclas, sílabas e palavras, além deste bando que você já citou acima (os quais são feras) estão neste time: Ernesto, meu professor de Latim, e os jornalistas Domingos Pellegrini, Leonardo Henrique dos Santos, Walmor Macarini, Roldão Arruda, João Antônio, Mylton Severiano, Narciso Kalili, Telmo Martino, Valério Fabris, Cláudio Lachini, Ricardo Kotscho, cada qual em uma etapa da vida, em meio à uma macarronada de nomes de amigos, que é uma sacanagem desmedida citar apenas alguns. E há figurinhas desta nova geração de escribas que merecem ser lidas – e incorporadas. E há você, seu calhorda, que, com muita acuidade, pegou os originais de um dos meus livros, “Curitiba vista por um pé vermelho”, e tascou a caneta, corrigindo erros e apontando caminhos, coisa que só um amigo – e profissional – faz. Talvez seja a nossa origem espanhola, meio levada à basca, que nos faz assim tão guerreiros do léxico e dos sentimentos. Também sem nenhuma viadagem, ou com toda ela, eu igualmente te amo Cidadão.

    Wilson Lopes:não tenho veleidades de currículo virgem e nem acho que uma homenagem como esta seja mancha. Ao contrário, talvez seja o preço de uma vida de 60 anos povoada de sonhos, dos quais 40 vividos, com alguma dignidade, do jornalismo e para o jornalismo. E mais: democracia não admite adjetivos. Te convido: vá à solenidade. Vamos fazê-la com o sol de quase abril. Sem carteira ou com carteira.

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