por Ruth Bolognese
O relatório do pedágio
Já circula em alguns gabinetes privilegiados o relatório completo do Tribunal de Contas da União com a história do pedágio no Paraná, desde quando foi instalado no primeiro governo de Jaime Lerner, há quase 14 anos. O primeiro grande equívoco – e a gente chama de equívoco para não ferir os ouvidos mais sensíveis dos lernistas com o termo certo “malandragem” – foi a redução das tarifas pela metade para que Lerner não perdesse a reeleição. A partir daí, as Pedageiras deitaram e rolaram e jamais cumpriram o cronograma de obras previsto no primeiro contrato. Como o primeiro equívoco ninguém esquece, a partir daí o pedágio deslocou para a pantanosa área da politicagem e o resto da história todo mundo sabe.
Auditoria independente
O deputado Clayton Kielse, PMDB, que ensaiou abrir uma nova CPI sobre o mesmo assunto, agora fala sobre uma auditoria nas contas das Pedageiras. Auditoria essa com a participação de entidades como a Federação da Agricultura, da Indústria, Sindicatos, OAB e quem mais vier. É um bom caminho, até porque realizar essa auditoria era dever de todos os governantes que cedem sob contrato de concessão qualquer serviço desse ordem. E porque nunca ninguém fez isso, apesar das promessas do “abaixa ou acaba”, é pergunta que já foi para o limbo das grandes dúvidas do nosso tempo.
Se o governador Beto Richa apostar na auditoria, ainda tem tempo de salvar a própria pele. Se não o fizer, eis aí uma grande bandeira para a adversária dele, dona Gleisi Hoffmann, que tomou a iniciativa de denunciar os altos preços das tarifas paranaenses junto ao próprio Tribunal de Contas da União.
Campanha nas ruas
Só não vê quem não quer: todo o governo de Beto Richa e toda a estrutura da prefeitura de Curitiba colocaram o bonde da campanha eleitoral nas ruas. O prefeito Luciano Ducci é um candidato em plenitude. Hoje mesmo, governador e candidato ungido instalaram a segunda fase na Unidade Paraná Seguro no Uberaba, com direito a serviços públicos e de lazer. E daqui até outubro, pelo jeitão do andor, vai ser assim. A não ser que algum juiz do Tribunal Regional Eleitoral seja acionado para ver de perto a fanfarra.
Uma mudança e uma fofoca
Nos próximos dias o jornalismo do Paraná terá uma grande mudança de cadeira. E envolve duas grandes redes de TV, a mais poderosa e a quem vem em segundo lugar.
Quem será o ministro poderoso de Dilma Rousseff que se esqueceu das orientações sobre o uso da camisinha e vai ser papai de novo? Segundo Margarita Sansone, só se fala nisso em Brasília. A curiosidade é a mãe de todas as informações.